Brasil concorda em sediar a Copa América

RIO DE JANEIRO – Os organizadores do principal torneio de futebol da América do Sul estavam em apuros.

Colômbia e Argentina, os anfitriões originais do torneio, a Copa América, haviam desistido, considerando ser impossível receber centenas de jogadores e sua comitiva quando a pandemia do vírus Corona varreu o continente.

Esta semana, um jogador inesperado avançou.

A Copa América será no Brasil! Alejandro Dominguez, Presidente da Confederação Sul-Americana de Futebol, CONMEBOL, anunciado segunda-feiraEle agradeceu ao presidente brasileiro Jair Bolsonaro por salvar a situação.

A reação foi murcha.

O Brasil registra, em média, mais de 60 mil casos do novo coronavírus por dia. No Nos últimos três meses sozinhoAutoridades de saúde registraram mais de 207.000 mortes. O fracasso do governo em controlar a infecção e vacinar rapidamente seu povo foi o foco de uma investigação parlamentar televisionada que enfureceu e enfureceu os brasileiros.

“Isso é uma loucura completa”, disse Miguel Nicolelis, neurocientista da Universidade Duke que acompanha a disseminação do vírus no Brasil, seu país natal. “É como se a Roma estivesse em chamas e Nero quisesse uma partida de futebol no Coliseu para comemorar”.

A reação dos dirigentes da comissão parlamentar que investiga a resposta do governo à pandemia foi questionável e disseram que pretendiam convocar o chefe da Confederação Brasileira de Futebol para depor.

“É ilógico realizar um evento internacional”, disse o senador Omar Aziz, presidente da comissão. “Não temos nada para comemorar.”

Ricardo Lewandowski, juiz da Suprema Corte, ordem governamental b Forneça um plano detalhado para o torneio, citando uma “emergência de saúde pública”.

Pouco depois do anúncio do novo local do torneio, os brasileiros postaram na internet memes de um caixão chutando uma bola em forma de vírus. Roubaram os organizadores com a hashtag #CovaAmerica, que significa sepultura em português.

“O túmulo das Américas está chegando muito mais rápido do que as vacinas ou o bom senso”, disse o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, que foi demitido em abril de 2020 depois de discutir com Bolsonaro sobre medidas para conter o vírus. “É um alvo contra a vida. Só o vírus está comemorando.”

O anúncio foi feito dois dias depois que dezenas de milhares de manifestantes antigovernamentais tomaram as ruas em cidades de todo o Brasil. O torneio oferece aos líderes da oposição uma nova linha de ataque contra Bolsonaro, cuja popularidade foi prejudicada nos últimos meses pela raiva sobre o estado da pandemia e a piora da economia.

Ao explicar sua decisão de sediar o torneio, Bolsonaro não manifestou nenhuma preocupação com os riscos políticos que representou por pouco mais de um ano antes de sua candidatura à reeleição. Mais de 465.000 pessoas no Brasil Eles morreram do vírus, o maior número de mortes no mundo depois dos Estados Unidos.

“Desde o início da pandemia, venho dizendo: sinto muito pelas mortes, mas temos que viver”, disse Bolsonaro na terça-feira. “Esta é uma questão resolvida.”

Luis Eduardo Ramos, um membro do gabinete que atua como chefe de gabinete do Bolsonaro, argumentou na segunda-feira que o torneio não se transformaria em um superevento. Ele disse que o governo pediu a cada uma das 10 equipes participantes que limitassem o número de escoltas a 65 pessoas, todas vacinadas.

“Não haverá espectadores”, disse ele.

Ligue para o Sr. Ramos O protesto contra a Copa América é injustificado, visto que outras competições de futebol foram realizadas no Brasil nas últimas semanas. “As partidas são disputadas em todo o Brasil”, disse ele.

O governo anunciou nesta terça-feira que as partidas da Copa América serão realizadas na capital, Brasília, e nos estados de Mato Grosso, Goiás e Rio de Janeiro, que devem receber a final.

Unidades de terapia intensiva nos quatro estados têm menos de 20 por cento dos leitos disponíveis, de acordo com uma análise da Jornal O Globo.. Todos estão abaixo da média nacional em termos percentuais Pessoas totalmente vacinadas: 10,5 por cento.

Natalia Pasternak, microbiologista de São Paulo e chefe do Instituto Questão do Instituto de CiênciasEle disse que o número de pessoas necessárias para organizar um grande torneio esportivo inevitavelmente aumentaria o risco de infecção. Mas o maior problema, disse ela, é a falsa sensação de segurança que o evento vai gerar.

“É irresponsável”, disse ela. “Isso envia uma mensagem de que a epidemia está sob controle, que tudo está bem e que a vida voltou ao normal para que possamos assistir ao futebol”, disse ela. “Esta não é a mensagem que queremos transmitir.”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *