Brasil busca se beneficiar da guerra da Rússia na Ucrânia – DW – 22/08/2023

Não importa se é petróleo, gás, lítio, alimentos, Energia renovávelBrasil Ele tem muitos recursos para transformação sistemas de energia e alimentar o mundo.

Por exemplo, com A guerra da Rússia na Ucrânia O abastecimento de alimentos está perturbado, especialmente em África, e o Brasil está a emergir como um fornecedor capaz de preencher as lacunas deixadas pela redução dos envios provenientes da Rússia e da Ucrânia.

E o maior país da América do Sul está cada vez mais consciente do seu papel crescente na economia global. Recentemente, o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, disse aos líderes empresariais, numa reunião da Confederação Nacional da Indústria, que o país pode tornar-se uma “alternativa importante” num mercado que procura cada vez mais não só qualidade e bom preço, mas também produtos amigos do ambiente.

Esta afirmação é apoiada pelos fortes lucros obtidos pelas empresas agrícolas e pela petrolífera estatal Petrobras nos últimos trimestres. O produto interno bruto do país deverá crescer 2,1% este ano, segundo o Fundo Monetário Internacional, impulsionado pelo aumento da produção agrícola.

A indústria agrícola do Brasil compensou parte da redução da oferta de alimentos após a Guerra da UcrâniaFoto: Image Alliance/dpa

Brasil está pronto para estimular o crescimento

Contudo, a crescente procura de petróleo significa que um governo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva Continuar a investir fortemente em combustíveis fósseis prejudiciais ao clima, como o petróleo e o gás.

Ao traçar o plano económico do governo Críticas generalizadas de ambientalistasLula disse que estava apenas respondendo à crescente demanda global pelo petróleo brasileiro.

“A guerra na Ucrânia está provocando preços mais altos e crescimento econômico mais lento e, nesse contexto, o Brasil poderá ganhar completando a demanda”, diz o economista Felipe Nascimento, da Fundação Getulio Vargas (FGV), uma empresa. Escola sediada no Rio de Janeiro.

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“Acho que o Brasil é capaz de encontrar o seu próprio nicho diante de todas as dificuldades desses mercados”, disse ele à DW.

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Cortejado por investidores e pela União Europeia

Roberto Goulart, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, compartilha uma visão semelhante. “A guerra em curso na Ucrânia oferece ao Brasil uma oportunidade de atrair investimentos para o seu território, especialmente de países com uso intensivo de energia que enfrentam os desafios da crise climática”, disse ele à DW.

No primeiro ano da guerra na Ucrânia, cerca de metade de todo o investimento estrangeiro direto na América Latina foi para o Brasil, de acordo com um relatório da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC).

A tendência que começou sob o ex-presidente de direita Jair Bolsonaro não parou sob o seu sucessor de esquerda, o presidente Lula. A União Europeia anunciou milhares de milhões de euros em investimento adicional Durante a visita da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao Brasil em junho.

Através do seu veículo de investimento internacional, o Global Gateway, a UE aumentará o financiamento aos países latino-americanos em 10 mil milhões de euros (10,9 mil milhões de dólares) até 2027, dos quais o Brasil deverá receber 2 mil milhões de euros. Um dos principais temas do encontro com o presidente Lula foi a união de esforços no combate às mudanças climáticas.

“O Brasil também é uma superpotência no campo das energias renováveis, produzindo 87% da sua eletricidade a partir de fontes renováveis”, disse von der Leyen numa conferência de imprensa após as suas conversações com Lula, e anunciou o lançamento de um novo grande projeto de hidrogénio. “Com isto, a Europa investirá dois mil milhões de euros para apoiar a produção de hidrogénio verde no Brasil e para melhorar a eficiência energética na sua indústria”, afirmou.

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Apesar do financiamento e da pressão da União Europeia, o Presidente Lula (à esquerda) até agora não conseguiu corresponder às expectativas ocidentais.Foto: Emmanuel Dunand/AFP

Brasil: pesquisando seu papel na geopolítica

À medida que o Brasil se torna um mercado atraente para o investimento estrangeiro para ajudar o Ocidente a tornar as suas cadeias de abastecimento mais independentes, também se esforça por uma postura geopolítica neutra.

“O Brasil ainda acredita que não deveriam ser impostas sanções à Rússia, porque elas têm mostrado pouco impacto e acabam prejudicando a população”, disse Goulart. Ele acrescentou que embora esta perspectiva possa não estar alinhada com as opiniões da maioria dos países europeus ou dos Estados Unidos, o Brasil continua a manter as suas relações diplomáticas, económicas e comerciais com a Rússia.

O ex-presidente Bolsonaro (à direita) promoveu fortes laços com o presidente chinês Xi. Será que a situação se acalmará com a vacilação da economia chinesa?Foto: Image Alliance/DPA/Agência Brasil/Palácio do Planalto

No entanto, a China continua a ser o maior parceiro comercial do Brasil até agora, com um volume de até 135 mil milhões de dólares (124 mil milhões de euros) em 2022. Mas a economia da potência asiática está a vacilar na era pós-COVID-19, levando a apelos a uma maior diversificação da economia. economia. Relações comerciais entre o Brasil.

Portanto, o foco económico regional começou a mudar para Acordo de Livre Comércio entre Massa do Mercosul na América Latina e na União Europeia. O acordo foi concluído em 2019, mas não entrou em vigor devido a preocupações ambientais e tarifárias em alguns países da UE.

Estão sendo feitas tentativas para alcançar um avanço até o final do ano, o que fortaleceria ainda mais o papel internacional e econômico do Brasil.

Este artigo foi escrito originalmente em alemão.

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