BRASÍLIA (Reuters) – O ex-presidente Jair Bolsonaro compareceu à sede da Polícia Federal nesta quarta-feira para depor em uma investigação sobre joias e presentes dados ao então presidente e sua esposa pelo rei da Arábia Saudita em 2021.
A polícia fechou a rua do lado de fora do prédio.
Uma das coleções de joias dadas à então primeira-dama Michelle Bolsonaro no valor de R$ 16,5 milhões (US$ 3,26 milhões) foi confiscada por funcionários da alfândega na mochila de um assessor do governo quando ele voltava da Arábia Saudita.
Bolsonaro devolveu mais dois pacotes de presentes depois que o Tribunal de Contas da União ordenou que ele o fizesse.
O ex-presidente disse que não fez nada de errado ao receber os presentes, mas o incidente com as joias manchou sua reputação como líder anticorrupção. Seus críticos disseram que os presentes pertenciam à coleção presidencial e o acusaram de tentar sonegar impostos alfandegários ao contrabandeá-los para o Brasil.
A mídia local informou que vários funcionários do governo Bolsonaro tentaram, sem sucesso, recuperar as principais joias encontradas na alfândega do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.
A defesa de Bolsonaro disse em nota nesta terça-feira que a entrega do presente mostra seu compromisso em cumprir as decisões dos tribunais de contas e sua disposição de respeitar a lei.
Outro presente dos Emirados Árabes Unidos – um fuzil e uma pistola – também foi entregue à Polícia Federal.
Bolsonaro voltou ao Brasil na semana passada, após quase três meses em exílio auto-imposto nos Estados Unidos, após sua derrota em sua candidatura à reeleição no ano passado.
(US$ 1 = 5,0566 riais)
Reportagem de Ricardo Brito; Editado por Aurora Ellis
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