Batalha para salvar paralisações em usinas de carvão da energia eólica offshore no Brasil

A batalha em curso no Congresso do Brasil para salvar as centrais eléctricas a carvão está paralisando a tão alardeada indústria eólica offshore na maior economia da América Latina.

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(Bloomberg) — A battle in Brazil’s Congress to save coal plants is holding up a much-vaunted offshore wind industry in Latin America’s largest economy.

A bill to regulate the business is currently stalled after a group of lawmakers introduced a series of amendments, including one to extend coal-fired thermal plants through 2050. An opposing group of environmentally minded lawmakers are up in arms over the maneuver, and even state-controlled oil producer Petroleo Brasileiro SA has criticized the move. 

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O que está em jogo aqui é a rapidez com que o Brasil poderá iniciar a construção de parques eólicos offshore que custam bilhões de dólares e podem levar quase uma década para serem concluídos. O Brasil planeja usar essa energia limpa para diversificar sua matriz energética e atrair bilhões de dólares em investimentos estrangeiros. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou a transição verde e a descarbonização como uma das maiores prioridades de sua administração e também fez das mudanças climáticas um tema importante da presidência brasileira do G20.

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“O Brasil não tem tempo a perder e é particularmente preocupante que a lei seja bloqueada porque inclui medidas destinadas a prolongar a geração obsoleta e suja de energia a carvão”, disse Ben Bakewell, CEO da World Wind Energy Foundation. O Conselho de Energia, que visitou Brasília em março para tentar fazer cumprir a lei. “Se o Brasil quiser se tornar a potência econômica verde do futuro, precisa criar as condições agora, porque são investimentos grandes e de longo prazo.”

As alterações na lei eólica, que também incluem a contratação obrigatória de usinas a gás, deverão custar um total de US$ 7,8 bilhões, segundo a Abrace, associação de grandes consumidores de energia. Também aumentarão o custo da energia em 11%, disse Victor Hugo Ioka, diretor de energia elétrica da associação.

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As usinas termelétricas a carvão no Brasil normalmente são comissionadas quando a energia produzida por usinas hidrelétricas mais baratas e mais limpas não é suficiente para atender à demanda. Mais de 80% da eletricidade do Brasil vem de fontes renováveis, como hidrelétrica, eólica, solar e biomassa.

O governo não tem pressa em aprovar a lei porque quer que os legisladores cheguem a um acordo sobre as medidas controversas, segundo pessoas familiarizadas com as discussões. O projeto de lei precisa se tornar lei antes que o Brasil possa começar a conduzir rodadas de licenciamento para projetos de energia eólica em grande escala. Os desenvolvedores esperam ter os primeiros parques eólicos offshore operacionais por volta de 2030.

“Estamos aguardando o tiro de partida”, disse Jonathan Cole, CEO da desenvolvedora eólica offshore Corio Generation Ltd., que montou um escritório no Rio de Janeiro em antecipação às rodadas de licenciamento. “Há muitos grandes players que têm projetos com os quais estão muito entusiasmados e otimistas.”

O relator do projeto na Câmara dos Deputados, José Vitor Aguiar, disse estar “muito otimista” de que ele seria aprovado mesmo com as emendas caras, porque os legisladores querem ver os investimentos avançarem e ver o Brasil se tornar um grande produtor de verduras. hidrogênio. Se os projetos não decolarem, outros países da América Latina poderão avançar mais rapidamente e assumir o controle do mercado antes que as turbinas comecem a desligar na costa do Brasil.

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Para que o hidrogênio seja considerado ecologicamente correto, ele deve ser fabricado com energia renovável, e os ventos fortes e o sol quente do Brasil fazem dele um dos lugares mais competitivos para energia limpa.

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O Brasil, que tem um dos maiores litorais do mundo, tem 190 gigawatts de projetos aguardando licenças e um potencial offshore total de 700 gigawatts, segundo a agência de pesquisa energética conhecida como EPE. Em comparação, o Reino Unido e a China, dois dos maiores produtores eólicos offshore do mundo, têm um potencial estimado de 50 GW e 1.000 GW, respetivamente.

A energia eólica offshore é uma grande parte do plano do governo para transformar o Brasil numa potência industrial com novos centros de produção ao longo da costa. A quantidade equivalente de investimento em energia eólica offshore cria o dobro do crescimento econômico em comparação com a energia eólica onshore, disse Elbia Ghannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, um grupo do setor.

A energia eólica offshore também poderia ajudar o Brasil a reduzir a dependência da sua frota envelhecida de barragens hidroeléctricas.

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“As hidrelétricas nos tornam dependentes do ciclo de chuvas, que tem sido afetado pelas mudanças climáticas e aumenta os riscos à estabilidade do sistema”, disse Vinicius Nunes, analista da BloombergNEF em São Paulo.

Embora o Brasil seja abençoado com ventos fortes e um grande mercado de eletricidade, há preocupações de que a indústria possa enfrentar as mesmas dificuldades que os Estados Unidos. O aumento da inflação, as restrições da cadeia de abastecimento e a queda dos preços da electricidade condenaram alguns parques marinhos ao largo da Costa Leste.

O custo de produção de energia eólica offshore no Brasil continua alto, perdendo apenas para a energia nuclear. Dada a abundância de energia promovida pelas hidrelétricas, diversificar a produção com uma matriz mais cara poderia ser um desafio para o Estado e suas empresas.

– Com assistência de Vanessa Desem, Daniel Carvalho e Peter Millard.

(Adiciona comentário do Conselho Mundial de Energia Eólica no quarto parágrafo)

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