Banco Nacional de Desenvolvimento destina 60 milhas brasileiras para conservação de corais

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou esta semana mais uma chamada permanente para o programa BNDES Azul (“BNDES Azul”), batizado em homenagem à cor do oceano. Desta vez, o esforço visa preservar os recifes de coral em no mínimo 60 milhões de reais. O braço anterior do programa, lançado em 2023, tinha como objetivo proteger os manguezais, uma chamada pública no valor de R$ 50 milhões que abrange oito áreas de manguezais ao longo da costa.

Na prática, a Iniciativa de Conservação de Corais significa que o Banco investirá R$ 30 milhões em projetos de monitoramento, conservação e restauração de corais, e disponibilizará R$ 30 milhões para esquemas patrocinados por fundações ligadas a empresas privadas, organizações internacionais e governos estaduais. .

Ao anunciar a convocação, o presidente do BNDES, Aloisio Mercadante, enfatizou a importância do ecossistema para o meio ambiente e a economia, incluindo o turismo.

“Os recifes de coral são como um complexo de vida marinha. Uma em cada quatro formas de vida oceânica passa em algum momento pelos recifes de coral e é severamente atacada e ameaçada.

O Banco forneceu dados sobre os impactos económicos da conservação dos recifes de coral. Segundo o estudo Oceano sem Mistérios, realizado pela Fundação Grupo Boticário, para cada quilômetro quadrado de recifes de corais protegidos, são economizados cerca de R$ 940 milhões em investimentos para proteção costeira e gerados R$ 62 milhões em turismo. No Brasil, isso representa R$ 7 bilhões em turismo de corais.

Rio de Janeiro (RJ), 10/04/2024 – Diretora do Departamento de Oceanos e Gestão da Costera do Ministério da Ecologia, Ecologia e Adaptação (MMA), Ana Paula Prats durante período de comunicação pública BNDES Corais, no Sul do Banco, Centro da Capital Fluminense.  Foto: Tomaz Silva/Agência BrasilRio de Janeiro (RJ), 10/04/2024 – Diretora do Departamento de Oceanos e Gestão da Costera do Ministério da Ecologia, Ecologia e Adaptação (MMA), Ana Paula Prats durante período de comunicação pública BNDES Corais, no Sul do Banco, Centro da Capital Fluminense.  Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Anna Prats observou que o mundo está a testemunhar o quarto maior evento de branqueamento alguma vez registado. Tomaz Silva/Agência Brasil

Branqueamento de corais

Os corais são invertebrados marinhos capazes de se alimentar. Mas grande parte da sua dieta é obtida através da simbiose com algas, uma relação mutuamente benéfica. Juntas, as espécies de corais formam recifes de coral.

Os investigadores chamaram a atenção para o fenómeno global do branqueamento dos corais, que é causado em parte pelo aumento da temperatura dos oceanos, prejudicando a saúde dos ecossistemas.

A Secretária Nacional para Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Anna Prats, observou que o mundo está testemunhando o quarto maior evento de branqueamento já registrado.

“Nossas águas estão realmente esquentando e os recifes de coral estão morrendo. Mais vale tarde do que nunca, e temos que tomar precauções. Ainda há tempo.” Ela também destacou que o Brasil possui o único recife de coral do Oceano Atlântico Sul.

Projetos

O convite estará aberto até 30 de junho. Até lá, o Banco receberá propostas para melhorar a qualidade da água nas lagoas, combater a pesca predatória através da geração de renda alternativa, organizar o turismo comunitário em torno dos recifes de corais, combater espécies exóticas que degradam os recifes de corais, bem como mapear, monitorar, manter e restaurar recifes de coral.

As propostas devem abranger 3 mil quilômetros de litoral, do Espírito Santo ao Maranhão, área com maior concentração de recifes de coral do Brasil. Os projetos deverão ter como alvo os recifes de corais rasos (o tipo mais proeminente que atrai turistas às praias) entre a Bahia e o Ceará, e os dois principais bancos recifais do país, no Parque Estadual Marinho Manuel Luis, no Maranhão, e em Abrolhos. Na Bahia e no Espírito Santo.

O valor mínimo para cada projeto é de R$ 5 milhões, sendo que metade deve vir do Banco de Desenvolvimento e a outra metade de outros apoiadores. Os implementadores do projeto devem ser organizações privadas, sem fins lucrativos, trabalhando em rede ou individualmente. Devem ter experiência na implementação e operação de projetos semelhantes.

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