(Adiciona detalhes, contexto e comentário do economista)
Dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira mostraram que a atividade de serviços no Brasil superou as expectativas e cresceu pelo quarto mês consecutivo em agosto, continuando a se recuperar após a desaceleração ligada à epidemia.
O IBGE disse que o setor de serviços do Brasil subiu 0,7% em agosto em relação ao mês anterior, superando as expectativas, já que os economistas esperavam um aumento médio de 0,2% em uma pesquisa da Reuters.
Esta é a primeira vez que os negócios de serviços crescem por quatro meses consecutivos desde o ano passado, quando o IBGE divulgou um crescimento de cinco meses entre abril e agosto, disse o diretor de Pesquisa Luiz Almeida em relatório.
Três dos cinco grupos pesquisados tiveram leitura positiva no mês, disse a agência, acrescentando que a atividade no setor está agora 10,5% acima do nível observado em fevereiro de 2020, antes da pandemia atingir a maior economia da América Latina.
Os dados positivos vieram com o aumento dos pagamentos do governo às pessoas mais pobres por meio do programa de assistência social Auxilio Brasil e o reequilíbrio pós-pandemia dos hábitos de consumo, disse Carlos Macedo, economista da Warren Investimentos, observando que as atividades de viagens aumentaram.
“A força do setor de serviços e do mercado de trabalho continuará incomodando o banco central em sua estratégia de manter as taxas de juros inalteradas até uma possível queda no segundo semestre de 2023”, acrescentou Macedo.
Em uma base anual, a atividade de serviços no Brasil aumentou 8,0%, acrescentou o IBGE, enquanto os economistas esperavam um aumento de 6,9% em relação a agosto de 2021.
Os serviços respondem por cerca de 70% de toda a atividade da economia brasileira, e o setor está 0,9% abaixo do pico de novembro de 2014. (Reportagem de Camila Moreira e Gabriel Araujo; edição de Stephen Grattan)