ACNUR – Políticas do Brasil promovem inclusão de venezuelanos, mas desafios permanecem

Brasil.  O novo abrigo melhora as condições de recepção para refugiados indígenas

Uma família venezuelana chegou recentemente a um abrigo da ONU em Manaus, norte do Brasil. © ACNUR / Felipe Irnaldo

Brasília – Prof. Novo estudo O Banco Mundial e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, lançados hoje, destacam os desafios enfrentados pelos venezuelanos que foram forçados a deixar seu país enquanto tentam construir uma nova vida no Brasil.

Estima-se que 260.000 venezuelanos vivam atualmente no Brasil após fugir da crise social, política e econômica em seu país. Apesar de possuírem um arcabouço jurídico adequado no Brasil, muitos deles enfrentam obstáculos no acesso aos serviços sociais, ao mercado de trabalho formal e ao sistema educacional. Essas barreiras estão relacionadas ao idioma, às dificuldades de validação de documentos educacionais e à verificação de habilidades.

Embora tenham níveis educacionais semelhantes, os venezuelanos têm 64% menos probabilidade de trabalhar do que seus anfitriões brasileiros e seus filhos têm 53% menos probabilidade de frequentar a escola.

O Brasil oferece assistência social a não cidadãos, independentemente de sua situação legal, inclusive durante uma pandemia. O número de venezuelanos recebendo ajuda financeira por meio de programas sociais triplicou desde o surto da COVID-19. Hoje, 18% dos venezuelanos no Brasil recebem esse apoio.

No entanto, os venezuelanos têm 30 por cento menos probabilidade de se registrar para esse apoio do que os cidadãos brasileiros. Aqueles que recebem ajuda financeira têm níveis educacionais e qualificações profissionais mais elevados do que os beneficiários locais.

Analisamos dados administrativos e censitários de 2017 a 2020 para explorar se os refugiados e migrantes venezuelanos enfrentam diferenças no acesso à educação, ao mercado de trabalho formal e aos programas de proteção social. “Esperamos que nossas recomendações ajudem os venezuelanos a encontrar um lar no Brasil”, disse Rofan Battaglin Schwingber, especialista em educação social do Banco Mundial.

De acordo com o estudo, apenas 12% dos venezuelanos em idade produtiva no Brasil têm empregos no mercado de trabalho formal. Os venezuelanos formalmente empregados tendem a ser mais jovens e com maior probabilidade de ter concluído o ensino médio. No entanto, eles trabalham mais horas, recebem salários mais baixos e têm menos segurança no emprego do que os cidadãos.

No setor de educação, tanto as crianças quanto os adolescentes venezuelanos em idade escolar estão em desvantagem em comparação com seus pares brasileiros. De acordo com o Censo de Educação de 2020, apenas 37.700 (ou 45%) das crianças venezuelanas estão matriculadas na escola – em comparação com mais de 85% das crianças brasileiras.

Mesmo quando conseguem se matricular, os venezuelanos costumam frequentar escolas mais lotadas e são colocados nas séries iniciais. A escassez de professores que falam espanhol é outro grande obstáculo para seu sucesso na sala de aula.

“A inclusão e integração em um país estrangeiro é um processo de longo prazo que requer uma abordagem verdadeiramente abrangente para ser eficaz, bem como compromisso e recursos”, disse Nicholas Pirani, co-economista da Comissão que trabalhou no estudo.

O ACNUR está incentivando o Governo do Brasil a continuar implementando políticas para enfrentar as dificuldades enfrentadas pelos venezuelanos, como facilitar a verificação de habilidades, aumentar o treinamento em idiomas para profissionais e professores e aumentar a capacidade escolar, especialmente nas regiões norte.

A agência apóia esses esforços de integração ajudando na verificação da certificação, por meio de parcerias com o setor privado e programas de colocação de refugiados, entre outros. Também apóia o programa de reassentamento liderado pelo governo do estado fronteiriço de Roraima às regiões do sul do Brasil, onde há melhores perspectivas para os venezuelanos alcançarem a autossuficiência.

Entre os venezuelanos no Brasil, quase 47.000 foram reconhecidos como refugiados pelo governo brasileiro, enquanto mais de 145.000 receberam vistos de residente temporário. Outros 96.000 aguardam o processamento de seus pedidos de asilo.

Para mais informações por favor entre em contato:

no Brasil,

No Panamá,

Em Genebra,

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