A Rússia veta a resolução liderada pelos EUA sobre a suposta anexação de Moscou, e a China se abstém da votação

WASHINGTON (Reuters) – A Rússia vetou nesta sexta-feira uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas apresentada pelos Estados Unidos e pela Albânia condenando o anúncio de Moscou de anexar partes da Ucrânia, e a China optou por se abster da votação.

Mais cedo, o presidente russo Vladimir Putin anunciou o domínio russo sobre quatro regiões que compõem 15% do território da Ucrânia – a maior anexação na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Esse movimento foi vigorosamente rejeitado pelos países ocidentais e até mesmo por muitos aliados próximos da Rússia.

A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas Greenfield, apresentou a resolução que pedia aos Estados membros que não reconhecessem nenhuma mudança no status da Ucrânia e obrigava a Rússia a retirar suas forças.

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Falando na câmara do conselho, ela disse que uma tentativa de anexar o território de um Estado soberano vai contra os princípios fundadores das Nações Unidas, e disse que Putin estava comemorando “esta clara violação do direito internacional” com um concerto realizado após seu anúncio da anexação na sexta-feira.

“Ele deu uma festa na Praça Vermelha para receber tapinhas nas costas nesses referendos ilegais”, disse Thomas Greenfield.

Dez países votaram a favor da resolução, enquanto China, Gabão, Índia e Brasil se abstiveram.

O embaixador russo nas Nações Unidas, Vasily Nebenzia, que levantou a mão para dar o único voto contra a resolução, disse que as regiões onde Moscou tomou o território à força e onde os combates ainda estão violentos, escolheram fazer parte da Rússia. Kyiv e líderes ocidentais denunciaram os referendos como fraude.

“Não haverá recuo, pois o projeto de resolução de hoje tentará impô-lo”, disse Nebenzia.

A China, que deu cobertura diplomática à Rússia desde que Moscou invadiu a Ucrânia em fevereiro, recusou a decisão, mas levantou preocupações sobre uma “crise prolongada e em expansão” na Ucrânia.

O embaixador da China na ONU, Zhang Jun, disse que, embora “a soberania e a integridade territorial de todos os países devam ser protegidas”, as “legítimas preocupações de segurança” dos países também devem ser levadas a sério.

O ministro das Relações Exteriores, Anthony Blinken, disse mais cedo na sexta-feira que Washington vai olhar para a Assembléia Geral das Nações Unidas, cuja maioria votou para condenar a invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro, se a resolução falhar.

“Se a Rússia impedir o Conselho de Segurança de cumprir suas responsabilidades, pediremos à Assembleia Geral das Nações Unidas, onde cada país tem um voto, que deixe claro que é inaceitável redesenhar as fronteiras pela força”, disse Blinken.

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(Reportagem de Simon Lewis e Timothy Gardner) Edição de Franklin Paul, Jonathan Otis e David Gregorio

Nossos critérios: Princípios de Confiança da Thomson Reuters.

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