A primeira-dama do Brasil chama a atenção e as campeãs estão na moda

Rosângela “Ganga” da Silva, 56, socióloga, mudou significativamente seu estilo desde que foi lançada no centro das atenções quando seu veterano marido de esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva, assumiu o cargo em 1º de janeiro.

A ativista trabalhista, que se casou com Lola, 77, duas vezes viúva, no ano passado, brilhou com seu visual antes quieto.

Ela trocou seus jeans e tênis por um guarda-roupa cuidadosamente escolhido para endossar suas causas favoritas, incluindo direitos das mulheres, povos indígenas e meio ambiente – sem falar nos estilistas brasileiros.

“A moda brasileira fez dela um dos elementos que utiliza para construir sua persona pública feminista e progressista com interesse em questões sociais”, diz Benjamin Rosenthal, especialista em marketing pessoal da Getulio Vargas Brasil.

Da Silva manteve a nação presa a suas escolhas de moda desde pelo menos o dia de seu casamento em maio passado, quando ela e Lola interromperam uma cansativa campanha presidencial para oficializar seu relacionamento de cinco anos em uma glamourosa cerimônia privada em São Paulo.

Ela caminhou pelo corredor com um vestido branco esvoaçante com uma pequena joia vermelha em uma estrela bordada no ombro – uma referência ao símbolo trabalhista que os uniu.

Ela também usou uma sutil estrela vermelha na posse de Lola em janeiro – desta vez, na sola de seus saltos altos estreitos.

primeira dama de calça

A primeira-dama – que não gosta do apelido, chamando-o de “patriarcal” – fez uma declaração mais ousada no dia da posse ao usar calças, a primeira vez que a esposa de um presidente brasileiro não usou vestido na cerimônia.

Da Silva escolheu um macacão pérola cintilante das estilistas brasileiras Helo Rocha e Camila Pedrosa, mesma equipe que criou seu vestido de noiva.

“A calça é um símbolo da libertação feminina”, diz Rocha.

“Em Brasília, até quase vinte anos atrás, as mulheres não podiam nem ser candidatas ao Congresso”, como Lula fez o juramento de posse.

O terno de seda foi tingido com ruibarbo e uma planta brasileira clássica, o caju, e elegantemente bordado com desenhos tradicionais aborígines.

Da Silva também chamou a atenção com uma blusa estampada com a imagem da ícone feminista do início do século 20, Maria Bonita. Casaco bordado por uma cooperativa feminina. saia ecológica feita com retalhos de tecido; E as roupas, feitas com roupas recicladas, são da marca brasileira Repetlia.

“Ela traz a praticidade do papel de primeira-dama para uma mulher que não tem medo de sujar as mãos”, diz Heloisa Strobel, 36, fundadora da Repetlia.

“Você nunca esperou vê-la em um vestido apertado que mal dava para andar.”

Esta é uma descrição bastante precisa da roupa típica usada por Michele Bolsonaro, antecessora de da Silva, a devota esposa cristã evangélica do ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro (2019-2022).

Outra variação: da Silva também trouxe um toque de cores vivas ao palácio presidencial, trocando os tons pastel preferidos de seu antecessor.

Por exemplo, o interesse por Reptilia cresceu em janeiro depois que “Janja” usou uma de suas peças – uma saia em tons de vermelho recortado – durante sua primeira viagem oficial ao exterior com Lula, para a Argentina.

“Quero levar estilistas brasileiros aonde quer que eu vá”, disse da Silva à Vogue em uma entrevista naquele mês.

Não apenas um chinelo

Empresários da indústria têxtil e de moda de US$ 29,7 bilhões no Brasil estão entusiasmados com o apoio.

“Da Silva quer mostrar o que há de melhor no design produzido no Brasil, além da estereotipada estampa de palmeira”, diz Strobel.

Iron Martin, diretor criativo de outra marca favorita da marca local de da Silva, Misci, concorda.

“O mundo conhece o Brasil como a terra do chinelo e do carnaval. Mas também temos uma forte indústria de artigos de luxo, com sedas e algodões incríveis”, diz o jovem de 31 anos, que tem grandes planos de levar suas criações para o exterior.

“A moda cristaliza um momento sócio-político”, acrescenta.

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