A música brasileira atingiu seu auge em 1972. Por quê?

EUn final Uma cena de “A Pior Pessoa do Mundo”, filme de Joachim Trier indicado ao Oscar 2021, a versão em inglês de “Águas de Março” é mostrada ao fundo. Uma faixa de jazz brasileiro de 1972 pode parecer uma escolha estranha para uma história sobre a carreira romântica e juvenil de uma jovem norueguesa problemática, mas Trier sentiu que a música ilustrava “as partes que fazem a vida, vistas de longe”.

No início do século 21, mais de 200 jornalistas e músicos brasileiros elegeram “March Waters” como a melhor música da história do país. (Outra música de Antonio Carlos Jobim, “Garota de Ipanema”, é considerada a segunda música mais gravada da história, depois de “Yesterday”.) “Waters of March” estreou em um ano perfeito para a música brasileira. em 2007 Rolling Stone Brasil, uma das revistas, segundo a revista, que entre os dez melhores álbuns lançados até então, três discos foram lançados em 1972: “Acabou Chorare” de Novus Baianos, “Clube da Esquina” de Milton Nascimento e Le Borges, e “Transa” de Caetano Veloso. Vários outros álbuns de 1972 também ocuparam o top 100, incluindo “Elis” de Elis Regina e “Expresso 2222” de Gilberto Gil. Cinquenta anos depois, esses discos ainda são amados e tocados em todo o mundo.

“Aquele tempo nos deu algo que não tínhamos visto antes ou depois na MPB [Brazilian popular music]’”, diz Rodrigo Faor, jornalista que escreveu vários livros sobre o assunto. Os produtores estavam dispostos a correr riscos com discos demo, em parte porque uma lei aprovada em 1967 isentava de impostos os gastos com artistas locais. grupo de espécies: samba e sua contraparte mais melódica, Bossa nova; Músicas influenciadas pelo rock. E a Briga, um tipo de música romântica muitas vezes considerada brega. Os brasileiros responderam com entusiasmo a tudo isso. As vendas de discos mais que dobraram entre 1967 e 1972.

No início dos anos 1970, muitos grupos diferentes estavam no auge de suas vidas. Havia os músicos influenciados pelo jazz que dominaram a cena musical na década de 1960, Bossa nova Assim são os artistas tropicalMúsicos que misturam tradições brasileiras com estilos estrangeiros – como o Sr. Gil e o Sr. Veloso. Foi “um capítulo tardio do modernismo no Brasil”, diz Marcos Napolitano, professor da Universidade de São Paulo. O primeiro ato do movimento começou na década de 1920, quando poetas, músicos e artistas visuais falaram de ‘antropófago’: fundir ideias internacionais com tradições locais para criar uma verdadeira identidade nacional.

Esses artistas também não estavam interessados ​​na arte pela arte: a política era um “dever moral”, como argumenta Napolitano. Durante a ditadura militar que durou de 1964 a 1985, os músicos tiveram que submeter suas músicas aos censores antes que pudessem ser tocadas. Uma emenda à constituição em 1968 permitiu ao governo prender e exilar artistas hostis. O Sr. Veloso gravou a música “Transa” quando estava preso em Londres. Uma das músicas, “Triste Bahia”, juntou um poema satírico à música para lamentar a situação política do país.

As canções de 1972 ainda são mencionadas na esfera política. Em março, Veloso se apresentou fora do Congresso como parte de um protesto contra a agenda ambiental de Jair Bolsonaro, o presidente populista de direita do país, que inclui projetos de lei para permitir a mineração em terras indígenas. Ele recrutou jovens músicos brasileiros, incluindo Emicida, um rapper de sucesso baseado em sambaRitmos para apoio. Falando no palco, o apresentador agradeceu ao Sr. Veloso: “Através de sua música, acreditei que eu e as pessoas nascidas aqui merecemos e teremos um país com dignidade”.

Para ouvir algumas das músicas lançadas em 1972, clique em por aqui

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