O Brasil alcançou um crescimento económico de 0,1 por cento no terceiro trimestre, anunciou o governo na terça-feira, superando as expectativas de deflação, apesar de ter sido atingido por altas taxas de juros e por uma desaceleração no setor agrícola.
O resultado foi melhor do que as expectativas dos analistas de uma contracção de 0,2 por cento para a maior economia da América Latina, o que é um alívio para a administração do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que procura estimular o crescimento.
A economia brasileira cresceu 1,4 por cento no primeiro trimestre do ano e 1 por cento no segundo trimestre, de acordo com números revistos divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística.
O IBGE informou que a desaceleração no terceiro trimestre foi causada principalmente pelo principal setor agrícola, que registrou uma contração de 3,3 por cento em relação ao segundo trimestre.
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Acrescentou que os sectores industrial e de serviços registaram um crescimento de 0,6 por cento no terceiro trimestre, embora a um ritmo mais lento do que no segundo trimestre.
Apesar da desaceleração no trimestre julho-setembro, os analistas esperam um crescimento do PIB de 2,84 por cento para 2023 e 1,5 por cento em 2024, num inquérito publicado pelo banco central na segunda-feira.
O veterano esquerdista Lula, que regressou ao poder para um terceiro mandato em Janeiro, prometeu alcançar um crescimento económico “forte” de mais de três por cento ao ano.
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Mas discordou do banco central sobre o que chamou de uma taxa de juro elevada “ridícula”, actualmente em 12,25 por cento, que, segundo ele, está a suprimir a economia.
O banco aumentou agressivamente as taxas de juro para combater os preços elevados desencadeados primeiro pela pandemia de Covid-19 e depois pela invasão russa da Ucrânia.
Mas com a inflação anual agora baixa para 4,82 por cento – um pouco acima do limite máximo de 4,75 por cento do banco central – o banco começou a cortar novamente as taxas de juro, com cortes de meio ponto em cada uma das suas últimas três reuniões.
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Os analistas esperam outro corte de meio ponto quando o Comitê de Política Monetária do banco concluir sua última reunião do ano, em 13 de dezembro.
No entanto, analistas dizem que as altas taxas de juros continuam a ser um obstáculo para a economia brasileira.
“Acreditamos que a economia está a entrar numa fase de crescimento mais fraco – mais próximo das taxas de crescimento registadas nos anos anteriores à pandemia, que variavam entre 1 e 1,5 por cento”, disse William Jackson, economista-chefe para mercados emergentes da empresa de consultoria Capital Economics, em um relatório. Nota.
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A economia do Brasil superou as expectativas este ano sob Lula – embora esteja muito longe do boom divisor de águas que desfrutou durante o seu primeiro mandato como presidente (2003-2010).
O Ministro das Finanças, Fernando Haddad, conseguiu até agora navegar no difícil estreito entre os grandes planos de despesas sociais de Lula e as exigências do sector empresarial por disciplina fiscal.
No entanto, Lula enervou o mercado em Outubro, quando disse que era improvável que o seu governo alcançasse o seu objectivo de reduzir o défice fiscal a zero no próximo ano.
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