A alternativa brasileira preocupante: tudo o que sabemos até agora

O Reino Unido identificou os primeiros casos de coronavírus detectados no estado brasileiro do Amazonas.

Seis casos foram detectados, três na Inglaterra e três na Escócia, informou a Public Health England (PHE) em 28 de fevereiro. Dois casos foram confirmados em South Gloucestershire e estão vinculados a viagens ao Brasil, mas o terceiro caso inglês não foi identificado e pode ser em qualquer parte do país.

A variante, conhecida como P1, chegou ao Reino Unido apesar das proibições de viagens de vários países sul-americanos. Embora o governo tenha introduzido medidas obrigatórias de quarentena de hotéis para viajantes britânicos neste mês, dois desses casos vêm de uma família em que uma pessoa voltou do Brasil via Suíça antes que as novas medidas fossem tomadas.

PHE e NHS Test and Trace estão chamando passageiros a bordo da Swiss Air LX318, voando de São Paulo, via Zurique, e pousando em Londres Heathrow no dia 10 de fevereiro.

A variável que foi identificada no Reino Unido no domingo é uma das duas que foram descobertas pela primeira vez no Brasil. Um caso do outro, denominado P2, foi encontrado no Reino Unido em janeiro, mas não era a “alternativa preocupante”, como enfatizou na época a professora Wendy Barclay, do Imperial College London.

Ainda não se sabe se P1 causa doença mais grave, mas as evidências sugerem que pode ser mais transmissível. Os cientistas também estão realizando análises para determinar se estão reduzindo a eficácia das vacinas Covid-19.

A variante mais perturbadora foi detectada pela primeira vez em quatro pessoas que viajaram do Amazonas a Tóquio em janeiro.

P1 compartilha uma série de mutações com as variantes altamente contagiosas identificadas na Grã-Bretanha e na África do Sul, que levaram a um grande aumento de casos nos dois países.

Depois que o primeiro-ministro Boris Johnson disse estar “preocupado” com a alternativa e se comprometeu a agir, em janeiro o governo proibiu viagens a 15 países sul-americanos: Argentina, Bolívia, Cabo Verde, Chile, Colômbia, Equador, Guiana Francesa, Guiana , Panamá, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai, Venezuela, além do próprio Brasil.

Sir Patrick Vallance, assessor científico-chefe do governo, disse que o P1 faz parceria com a alternativa sul-africana, mas negou que isso possa levar a um ferimento mais sério.

“O que vemos é que as mutações aparecem em todo o mundo e são muito parecidas em termos de mudanças … O Brasil, assim como a África do Sul, tem uma mudança no código genético, na posição 484, e isso muda um pouco desde forma da proteína.

“As mudanças que vemos nas variáveis ​​giram muito em torno do aumento da transmissão – elas tornam mais fácil a transferência de uma pessoa para outra e, portanto, mais fácil de capturar”, disse ele.

A variante P1 foi associada a um aumento de casos em Manaus no final do ano passado, o que levou a uma segunda onda severa de Covid-19 na cidade brasileira.

Os cientistas temiam que isso pudesse aumentar a probabilidade de ser capaz de reinfectar pacientes mais facilmente devido às mutações que carrega. Mas as evidências disso são atualmente limitadas.

Ravi Gupta, professor de microbiologia clínica da Universidade de Cambridge, disse que essa mutação específica era “a mais preocupante de todas”.

No entanto, o professor Stephen Boyce, Diretor Médico Nacional do NHS, disse que as vacinas podem ser adaptadas rapidamente para lidar com as novas variantes.

Ele disse à BBC News: “As novas vacinas que são usadas para a Covid podem ser adaptadas muito rapidamente, então é possível que se precisássemos mudar a vacina isso poderia ser feito em meses, em vez de anos, como era o caso com as mais tradicionais vacinas.”

Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde, disse que as variáveis ​​eram “extremamente problemáticas” se permitidas sobrecarregar hospitais e serviços de saúde, já sob forte pressão.

Os casos foram relatados à OMS como “preocupantes” porque compartilham mutações importantes com a variante descoberta na África do Sul.

A ‘variante preocupante’ brasileira também carrega a mutação N501Y em sua proteína spike, que aparece na variante altamente transmissível do Reino Unido.

A Pfizer e seu parceiro alemão BioNTech disseram que sua vacina funciona contra a mutação N501Y encontrada nas variantes britânica e brasileira.

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