São Paulo (AFP) – A Suprema Corte do Brasil marcou uma sessão de emergência na quinta-feira para decidir se permite ou não que a Copa América comece em três dias.
É a última jogada para lançar dúvidas sobre um torneio que perdeu seus anfitriões originais, Colômbia e Argentina, e enfrenta resistência de fãs e jogadores em meio aos preocupantes números do COVID-19 na região.
A presidente da Justiça, Louise Foo, programou na terça-feira a sessão especial para que ele e 10 outros juízes possam votar eletronicamente.
A juíza Carmen Lúcia disse que havia “urgência e importância excepcionais no caso e que requer uma conclusão rápida”.
O caso foi movido pelo Partido Socialista Brasileiro e pelo Sindicato dos Metalúrgicos. O sindicato argumenta que o Brasil não deve organizar eventos esportivos internacionais enquanto o distanciamento social for necessário.
O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, é um defensor ferrenho da organização do torneio por seu país, após um pedido de última hora da Confederação Sul-Americana de Futebol CONMEBOL. Ele se manifestou contra as políticas de distanciamento social e afirmou que o impacto econômico dos bloqueios está matando mais do que o vírus. Mais de 474.000 pessoas morreram da doença no Brasil.
Brasil e Venezuela devem abrir a Copa América no Mané Garrincha na noite de domingo na capital, Brasília. Bolsonaro foi convidado a comparecer, mas nenhum torcedor será permitido durante o torneio.
O Partido Socialista Brasileiro afirmou em seu requerimento ao tribunal que “a intensa circulação de visitantes no território nacional irá disseminar claramente o vírus COVID-19 em vários estados, além de permitir potencialmente a entrada de novas variantes”.
O torneio será realizado em três estados, incluindo o densamente povoado Rio de Janeiro, além do Distrito Federal do país, onde Brasília está localizada.
O Brasil sediou partidas classificatórias da América do Sul para a Copa do Mundo e competições continentais para clubes como a Copa Libertadores e a Copa Sul-Americana.
Na manhã desta terça-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Quiroga, defendeu o Brasil como anfitrião da Copa América antes de uma investigação do Senado sobre a forma como o governo federal está lidando com a resposta à pandemia.
“Sem estádios presentes, não correremos o risco de aglomerações e disseminação da infecção”, disse Quiroga. “O risco de uma pessoa contrair o vírus COVID-19 será o mesmo com partidas disputadas dentro ou sem ele. Não estou dizendo que não haverá riscos, estou dizendo que não há riscos adicionais.”
Os jogadores do Brasil devem falar sobre a Copa América ainda na terça-feira, após enfrentar o Paraguai nas eliminatórias para a Copa do Mundo.
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