Brasil registra pior desmatamento anual em uma década | floresta amazônica

Brasil divulgou seu pior desmatamento anual Números Em uma década, em meio a temores de que a situação possa piorar quando o presidente eleito antiambiental Jair Bolsonaro tomar posse.

Entre agosto de 2017 e julho de 2018, 7.900 quilômetros quadrados foram desmatados, segundo dados preliminares divulgados pelo Ministério do Meio Ambiente com base no monitoramento por satélite — um aumento de 13,7% em relação ao ano anterior e a maior área de floresta derrubada desde 2008. área é de 987.000 quilômetros quadrados. Campos de futebol.

A notícia foi recebida com desânimo por ambientalistas que alertaram que o desmatamento provavelmente se tornará mais grave quando Bolsonaro se tornar presidente em 1º de janeiro.

“É uma selva muito devastada”, disse Marcio Astrini, coordenador de políticas públicas da organização brasileira Greenpeace. “A situação é muito preocupante… o que está ruim só vai piorar.”

O Ministério do Meio Ambiente disse que o aumento ocorreu apesar de um aumento em seu orçamento e operações implementadas pelo órgão ambiental Ibama.

“Precisamos aumentar a mobilização em todos os níveis de governo, sociedade e setor produtivo para combater as atividades ambientais ilegais”, disse o ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, em nota.

Mas o governo parece estar indo na outra direção.

Depois de vários anos em declínio, o desmatamento voltou a subir em 2013, um ano depois que a presidente Dilma Rousseff aprovou uma nova lei florestal que anistia quem desmata florestas em pequenas propriedades. As taxas de desmatamento aumentaram em quatro dos seis anos desde então, inclusive em 2016, ano em que Rousseff sofreu impeachment e foi substituída por seu ex-vice-presidente, Michel Temer.

Temer fez mais concessões a poderosos interesses empresariais agrícolas em troca do apoio de seus representantes no Congresso – incluindo concordar com uma medida que codifica a terra que havia sido colocada na Amazônia, uma causa comum do desmatamento. Um domador no ano passado revogou medidas para limitar as proteções para uma floresta nacional chamada Jamanxim e uma área de conservação chamada Renca após protestos de ambientalistas, da modelo Gisele Bundchen e até da roqueira Alicia Keys no Rio. festival.

Astrini disse que tais movimentos indicam que o Congresso brasileiro não está mais preocupado com o desmatamento, incentivando o desmatamento.

“Sentimos em nosso trabalho de campo que as gangues de desmatamento estão muito confiantes de que serão perdoadas ou cobertas”, disse ele.

À medida que mais e mais florestas tropicais da Amazônia são derrubadas, a maior floresta do mundo está se aproximando de um “ponto de inflexão” – após o qual os especialistas temem que ela possa desaparecer.

“Chegará um momento em que o aumento do desmatamento terá um efeito em que a floresta deixará de ser uma floresta”, disse Astrini. Os cientistas estimam que esse percentual varia entre 20-30%. Estamos muito perto dos 20%.”

O Observatório do Clima – uma rede sem fins lucrativos de mudanças climáticas – calculou que, em 2017, 46% das emissões de gases de efeito estufa do Brasil foram provenientes do desmatamento.

Também espera que o desmatamento piore quando o novo governo de Jair Bolsonaro começar. Ele atacou repetidamente o que chama de “indústria fina” de agências como o Ibama, quer permitir a mineração em reservas indígenas protegidas – algumas das florestas menos devastadas da Amazônia – e chegou a considerar fazer da Secretaria do Meio Ambiente parte da Secretaria de Agricultura .

Bolsonaro tem contado com o apoio do agronegócio e vai presidir a ministra da Agricultura Teresa Cristina, chefe do lobby no Congresso.

Seu ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araujo, argumentou que o aquecimento global é uma trama marxista. Na sexta-feira, o vice-presidente eleito, general Hamilton Mourão, reconhecendo a existência do aquecimento global, disse ao jornal Folha de S. Paulo: “A proteção ambiental está sendo usada como ferramenta domínio pelas principais economias.

A mídia local informou que Bolsonaro só recuou dos planos de retirar o Brasil do acordo climático de Paris porque os produtores agrícolas argumentaram que a medida corria o risco de boicotar os consumidores europeus.

“Se o problema é com a política e os políticos e seu poder de decisão, eles precisam pressionar”, disse Astrini.

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