Presidente brasileiro Bolsonaro convoca protestos em massa em meio a alegações de tentativa de golpe

Bolsonaro, que liderou o Brasil de 2019 a 2022, afirma ser vítima de “perseguição”.

São Paulo, Brasil:

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro levou seus problemas jurídicos às ruas no domingo, conclamando seus apoiadores a realizarem um protesto em massa em meio a acusações de que ele estava planejando um golpe para permanecer no poder.

O antigo oficial do exército, de 68 anos, apelou aos seus apoiantes para que participem numa “marcha pacífica em defesa do Estado democrático de direito” na capital económica, São Paulo, que os organizadores esperam que atraia pelo menos 500 mil pessoas.

A polícia confiscou o passaporte de Bolsonaro enquanto ele e seu círculo íntimo enfrentam escrutínio sobre os planos para tentar permanecer no poder depois de perder as eleições de 2022 para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O presidente de extrema direita, Bolsonaro, negou as acusações e se recusou a responder a perguntas durante um interrogatório de meia hora na quinta-feira na sede da Polícia Federal em Brasília.

“Ninguém tentou dar um golpe no Brasil. Esta é a grande verdade”, disse Bolsonaro à rádio CBN Recife.

Uma semana depois de Lula tomar posse, em 1º de janeiro de 2023, milhares de apoiadores de Bolsonaro invadiram o palácio presidencial, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal, instando os militares a intervir para anular o que descreveram como uma eleição roubada.

Bolsonaro, que estava nos Estados Unidos na altura, nega a responsabilidade, sugerindo mesmo que os manifestantes não eram realmente seus apoiantes.

No entanto, os investigadores alegam que Bolsonaro realizou manobras antidemocráticas durante vários meses, que vão desde um plano para desacreditar o sistema de votação electrónica do Brasil, passando por uma campanha pré-eleitoral de “desinformação”, até “legitimar a intervenção militar” caso perdesse.

A polícia diz que Bolsonaro elaborou um decreto presidencial que teria declarado estado de emergência, convocado novas eleições e ordenado a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, presidente do Supremo Tribunal Eleitoral do Brasil.

Eles também divulgaram um vídeo de uma reunião de julho de 2022 em que Bolsonaro, gritando e xingando, ordenou aos ministros do governo que o ajudassem a desacreditar o sistema eleitoral.

Teste de suporte

Bolsonaro, que liderou o Brasil de 2019 a 2022, afirma ser vítima de “perseguição”.

Ele enfrenta diversas outras investigações, como a falsificação de certificados de vacinação contra o coronavírus, ou o suposto desvio de presentes recebidos de outros países, como joias fornecidas pela Arábia Saudita.

Em junho, a Justiça Eleitoral proibiu Bolsonaro de concorrer à presidência até 2030 devido aos seus ataques ao sistema eleitoral.

No entanto, Bolsonaro ainda é considerado o líder da oposição e respeitado pelos seus fervorosos apoiadores.

O protesto da tarde de domingo é visto como um teste decisivo ao seu apoio antes das eleições municipais de Outubro, nas quais se espera que a sua influência desempenhe um papel importante no país ainda polarizado.

“Se houver muito apoio, ele poderá dizer que as pessoas estão com ele. Caso contrário, perderá toda a legitimidade”, disse à AFP André Rosa, professor de ciência política da Universidade de Brasília.

Entre as autoridades esperadas estão o governador de São Paulo, Tarcicio de Freitas, ex-ministro do governo Bolsonaro, e o prefeito da cidade, Ricardo Nunes.

Fabio Wajngarten, um dos advogados de Bolsonaro, disse na quinta-feira que esperava ver “500.000 a 700.000” manifestantes.

Bolsonaro exortou seus apoiadores a comparecerem vestindo as cores amarela e verde da bandeira brasileira, que ele alegou ser um símbolo quando estava no cargo.

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“Vou lá pelo Brasil. Vai ser enorme!” A deputada Bolsonaro Pia Casesis escreveu no site X.

(Exceto a manchete, esta história não foi editada pela equipe da NDTV e é publicada a partir de um feed distribuído.)

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