Partido Conservador Neoportuguês ━ Conservador Europeu

Em um país há muito dominado pela esquerda, um novo partido político conservador, a Nova Direta, está tentando aproveitar o momento. O movimento está sendo liderado por Osanda Libre, uma advogada angolana que se tornou uma estrela em ascensão da fraca e fraturada direita portuguesa.

Lieber, 46, é uma cara nova na política, embora tenha experiência. O primeiro gostinho da política da linha de frente veio em 2021, quando concorreu à prefeitura de Lisboa. Durante a campanha, ela fez seu nome em uma entrevista muito discutida à estação estatal RTP, na qual o jornalista lhe disse sem rodeios que acreditava que “Portugal é um país sistemicamente racista”. “Você acha? Eu não”, respondeu Lieber, naquele que se tornou um momento-chave para a política antiacordista do País. Lieber então passou a concorrer ao parlamento em 2022 como parte da Aliança, um pequeno partido de centro-direita. Com a aproximação das eleições para o Parlamento Europeu, está agora a libertar o seu próprio poder.

Ossanda Liber (Foto: Página do Facebook Nova Direita)

A Nova Direta pretende revolucionar a visão ideológica da direita portuguesa. Três partidos políticos de centro-direita estão atualmente no Parlamento Português, Assembleia da República. Os velhos sociais-democratas – que em Portugal podem ser melhor descritos como conservadores liberais – e o mercado neoliberal Iniciativa Liberal são firmemente pró-UE e ambivalentes sobre a política de “acordar”. O grupo de direita Chega, membro do grupo Identidade e Democracia (ID) liderado por Le Pen e Salvini, permanece ideologicamente mal definido, com muitos de seus membros filiados a forças institucionais como os sociais-democratas. Ao contrário de muitos de seus parceiros de identificação, por exemplo, o Chega adotou uma postura firmemente atlantista, pró-OTAN, anti-russa e anti-chinesa. Chiga também é ambígua sobre a integração europeia e, apesar de suas críticas a Bruxelas, absteve-se de pedir o retorno de poderes políticos ou a saída de grandes programas de integração.

Essas são algumas áreas em que a nova plataforma Liber parece ter a intenção de quebrar o status quo. Ao contrário dos seus concorrentes, o ND apela à “defesa rigorosa da soberania nacional face às organizações internacionais”. Também favoreceu uma solução negociada para a crise ucraniana e se opôs ao apoio português – e europeu – à continuação das hostilidades. Como o presidente francês Emmanuel Macron, o partido busca maior “autonomia estratégica” europeia e apoia a “igualdade” em vez do “alinhamento automático” com os Estados Unidos sobre a China e Taiwan. O partido destaca a importância de desenvolver as relações com os países não ocidentais e não europeus, em particular os de língua portuguesa. Globalmente, parece ter sido inspirado na política externa de Alberto Franco Nogueira, Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal entre 1961 e 1968 e um acérrimo defensor da estratégia “multipolar” de Lisboa.

O Nova Direta já recolheu as necessárias 7.500 assinaturas de apoio dos cidadãos e requereu a legalização como partido político junto do Tribunal Constitucional Português. O processo deve ser concluído até setembro deste ano.

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