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LONDRES (Reuters) – Os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e outros países importantes chegaram a um acordo histórico no sábado para buscar impostos globais mais altos para empresas multinacionais como Google, Facebook, Apple e Amazon.

Em um movimento que poderia arrecadar centenas de bilhões de dólares para ajudar os governos a lidar com as consequências do COVID-19, o Grupo dos Sete (G7) concordou em apoiar uma alíquota de imposto corporativa global mínima de pelo menos 15%. As empresas também terão que pagar mais impostos nos países onde realizam vendas.

“Os ministros das finanças do G7 chegaram a um acordo histórico para reformar o sistema tributário global para torná-lo adequado para a era digital global”, disse o ministro das Finanças britânico, Rishi Sunak, após presidir uma reunião de dois dias em Londres.

A reunião, realizada em um palácio ornamentado do século 19 perto do Palácio de Buckingham, no centro de Londres, foi a primeira vez que os ministros das finanças se encontraram cara a cara desde o início da pandemia.

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, disse que o “compromisso importante e sem precedentes” encerraria o que ela chamou de corrida para o fundo do poço dos impostos globais.

O ministro das Finanças alemão, Olaf Schulz, disse que o acordo era “uma má notícia para os paraísos fiscais em todo o mundo”, acrescentando: “As empresas não estarão mais em posição de fugir de suas obrigações fiscais bloqueando seus lucros em países com impostos mais baixos”.

Os países ricos lutaram durante anos para chegar a um acordo sobre uma forma de arrecadar mais receita com grandes corporações multinacionais, que poderiam pagar pouco em impostos sobre bilhões de dólares em vendas que fazem em países ao redor do mundo, drenando as finanças públicas.

O governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu novo ímpeto às negociações paralisadas, ao propor uma alíquota mínima global de 15% para as empresas, para impedir que as empresas obtenham lucros em outros lugares.

Os 15% estão acima do nível de países como a Irlanda, mas abaixo do nível mais baixo do Grupo dos Sete. A Amazon e o Google receberam bem o acordo e o Facebook disse que provavelmente pagaria mais impostos.

Nick Clegg, vice-presidente do Facebook para assuntos globais e ex-vice-primeiro-ministro do Reino Unido, disse: “Queremos que a reforma tributária internacional funcione e percebemos que isso pode significar que o Facebook paga mais impostos e em lugares diferentes.”

Mas alguns grupos de campanha denunciaram o que consideraram falta de ambição.

Suporte mais amplo

O acordo, por anos, também promete acabar com as taxas nacionais de serviços digitais impostas pela Grã-Bretanha e outros países europeus, que os Estados Unidos disseram ter visado injustamente os gigantes americanos da tecnologia.

Mas as medidas precisam primeiro encontrar um apoio mais amplo na reunião do G20 – que inclui uma série de economias emergentes – marcada para o próximo mês em Veneza. “É complicado e este é um primeiro passo”, disse Sunak.

Resta saber quais grandes empresas serão cobertas e como os governos dividirão as receitas fiscais. Alemanha, França e Itália saudaram o acordo tributário, embora o ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, tenha dito que lutaria por uma alíquota global mínima de imposto acima de 15%, que ele descreveu como um “trampolim”.

Grupos de campanha, como a organização de caridade internacional para o desenvolvimento Oxfam, disseram que a taxa mínima de imposto deveria ser muito mais alta. “Eles estabelecem padrões tão baixos que as empresas podem superar isso”, disse Max Lawson, chefe de política de desigualdade da Oxfam.

Mas o ministro das Finanças irlandês, Paschel Donohoe, cujo país provavelmente será afetado pela taxa de imposto de 12,5%, disse que qualquer acordo global teria que levar em conta os países menores.

Sunak disse que o negócio é um “prêmio enorme” para os contribuintes, mas que é muito cedo para saber quanto dinheiro arrecadará para a Grã-Bretanha.

O acordo não especifica exatamente quais empresas serão contempladas pelas regras, referindo-se apenas às “maiores e mais lucrativas multinacionais”.

Alguns países europeus temem que uma empresa como a Amazon possa escapar da rede porque anuncia margens de lucro mais baixas do que a maioria das outras empresas de tecnologia conhecidas.

Os ministros também concordaram em fazer com que as empresas anunciem seu impacto ambiental de uma forma mais padronizada, para que os investidores possam decidir com mais facilidade se querem financiá-los, um objetivo fundamental para o Reino Unido.

O Grupo dos Sete inclui Estados Unidos, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália e Canadá.

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