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Berlim (AFP) – No sábado, o chanceler alemão Olaf Schultz iniciará uma turnê pela América Latina, durante a qual se tornará o primeiro líder ocidental a se encontrar com o presidente brasileiro Lula desde a posse deste último.
Acompanhado de uma delegação de empresários, Scholz visitará a Argentina, depois o Chile, antes de seguir para o Brasil, a maior economia da América Latina.
Uma fonte do governo em Berlim disse que os três países são ricos em recursos naturais e “parceiros extremamente importantes” para a principal economia da Europa.
A visita ocorre no momento em que as empresas alemãs buscam novas oportunidades no exterior após o choque econômico causado pela invasão da Ucrânia pela Rússia, e à medida que crescem as preocupações com a forte dependência da China.
Schulz se encontrará com o presidente argentino Alberto Fernandez quando ele chegar a Buenos Aires no sábado.
Mas a etapa brasileira da viagem será observada de perto.
A Alemanha, e mais amplamente a União Europeia, está tentando restaurar as relações com Luiz Inácio Lula da Silva no poder, após a administração divisiva do líder de extrema-direita Jair Bolsonaro.
Acordo UE-Mercosul
Um dos principais temas de discussão será um acordo comercial entre a UE e o bloco comercial do Mercosul, que inclui Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Embora um acordo tenha sido alcançado em 2019 após 20 anos de negociações, ele ainda não foi ratificado e enfrentou uma onda de críticas na Europa, principalmente nos setores de agricultura e meio ambiente.
Mas Lula sinalizou esta semana um foco renovado na finalização do acordo, dizendo que chegar a um acordo era “muito urgente e importante”.
Antes da viagem, a Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas-Ferramenta pediu que o acordo fosse “finalmente implementado depois de anos sem ir a lugar nenhum”.
“O tempo está se esgotando”, disse ela.
A Alemanha também tentará garantir que não perca poder para a China, que está se tornando cada vez mais uma concorrente comercial das potências europeias e dos Estados Unidos na América Latina.
proteção florestal
O meio ambiente estará em destaque na visita de Schulz ao Brasil.
Depois que Lula venceu as eleições em outubro, Berlim disse que estava pronta para retomar os pagamentos a um fundo destinado a proteger a floresta amazônica.
A Alemanha, juntamente com a Noruega, o maior doador do fundo, suspendeu os pagamentos depois que o desmatamento aumentou sob o cético Bolsonaro.
Roberto Goulart Menezes, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, disse que o governo Bolsonaro causou “uma ruptura na política ambiental brasileira e fechou as portas para a diplomacia ambiental”.
“O governo Lula, ao contrário, está retomando essa agenda e colocando-a como prioridade máxima.”
A fonte do governo em Berlim disse que, à medida que a guerra da Rússia contra a Ucrânia continua, a Alemanha tentará usar a turnê latino-americana para obter mais apoio internacional contra Moscou.
Argentina, Chile e Brasil criticaram a invasão da Ucrânia na ONU, mas não adotaram sanções contra Moscou.
Lula causou um choque no ano passado quando disse que o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky era “tão responsável” quanto o russo Vladimir Putin pelo conflito.
A fonte alemã disse: “Vamos confirmar que as características da paz são relativamente simples – que a Rússia deixa o território onde não tem atividade.”
© 2023 AFP
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