Ministério da Fazenda do Brasil corta PIB de 2023 devido a taxas de juros mais altas pela Reuters

BRASIL (Reuters) – O Ministério da Fazenda do Brasil cortou nesta sexta-feira sua estimativa para o crescimento econômico neste ano, citando o impacto sobre a atividade e o crédito de taxas básicas de juros mais altas, e disse que vê perspectivas de flexibilização monetária apesar das expectativas de inflação mais alta.

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do ministério agora espera que o PIB cresça 1,61%, ante 2,1% em novembro. A projeção para o próximo ano também foi reduzida de 2,5% para 2,34%.

A secretaria disse em nota que as estimativas anteriores, feitas no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, “subestimaram os efeitos deflacionários da política monetária no ciclo econômico e no mercado de crédito”.

O ministro de Política Econômica, Guilherme Melo, disse que a recente falência da varejista Americana devido a um escândalo contábil multibilionário pode ser parcialmente explicada pela rápida mudança na política monetária.

“É fato que hoje o Brasil tem a taxa de juros mais alta do mundo, e isso tem afetado o mercado de crédito, tanto o bancário quanto o não bancário”, disse ele em entrevista coletiva nesta sexta-feira, acrescentando que eventos como o o escândalo de Americana, “aumentaram os spreads”. Isso prejudicou ainda mais o potencial de captação de recursos das empresas.”

Milo destacou que o custo do crédito é muito alto, o que dificulta as empresas a realização de suas atividades e investimentos.

O banco central, cujo comitê de definição de taxas se reúne na quarta-feira, aumentou as taxas de juros para 13,75%, de uma baixa recorde de 2% em março de 2021 para combater a inflação.

O novo presidente esquerdista Luiz Inácio Lula da Silva tem criticado consistentemente o nível da taxa básica de juros do banco, que tem se mantido estável em uma alta de seis anos desde setembro, argumentando que isso prejudica o crescimento da atividade e ameaça uma crise de crédito.

A Secretaria também vê agora a inflação subindo, em 5,31% em 2023 e 3,52% em 2024, acima de 4,6% e 3%, respectivamente.

A meta oficial de inflação é de 3,25% este ano e 3% em 2024, uma margem de mais ou menos 1,5 ponto percentual.

Apesar das expectativas, Milo afirmou que “não houve descompasso” no corte de juros com inflação acima da meta, argumentando que a política monetária demorou a fazer efeito.

“Certamente esperamos (afrouxamento monetário) este ano. Mas quanto mais cedo melhor”, disse ele.

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