M Conversa: Venture Capital Brasileiro com Iporanga Ventures

M-Conversa busca desvendar segredos na América Latina (Latin America) que causou O mercado de tecnologia financeira está crescendo, de menos de US$ 50 milhões em 2016 para US$ 2,1 bilhões em 2022.

Esta semana, estamos conversando com leonardo TeixeiraSócio-gerente em Iburanga projetosGestora de fundos de venture capital (VC) no Brasil. Teixeira explica como o mercado de VC evoluiu no Brasil desde a pandemia e como o clima econômico da região afeta o desenvolvimento do VC.

Você pode me falar mais sobre a empresa?

A Iporanga é uma gestora de fundos de VC brasileira. Investimos pela primeira vez no mercado de tecnologia em 2011, depois estabelecemos nosso primeiro fundo em 2014. Nosso segundo fundo foi lançado em 2019 e, finalmente, criamos nossa terceira estrutura SPV no início de 2021.

Gerenciamos cerca de cem milhões de dólares em ativos de tecnologia e sempre investimos nos estágios pré-seed e seed. Entre nossos GPs e parceiros, compartilhamos experiências comuns no setor financeiro – alguns dos parceiros trabalharam no passado com bancos internacionais, como Goldman saxofoneE Morgan Stanley E Barclays.

Estamos localizados em São Paulo, e estamos bem conectados a toda a indústria. Recentemente, estreitamos nosso foco para a área de serviços financeiros, com alguns bons investimentos de nosso segundo fundo nessa área. Nosso terceiro fundo se concentrará na inovação de serviços financeiros na América Latina.

Quais são algumas das tendências de capital de risco que vemos no Brasil?

Para dar um pouco de contexto, vimos uma grande aceleração durante a cobiça em relação à tecnologia. Como resultado, tivemos um grande número de novos diretores aparecendo a cada trimestre porque a tendência tem sido muito forte.

No entanto, agora estamos vendo muitas dessas empresas incapazes de levantar mais fundos. Provavelmente haverá alguma estabilidade para cerca de uma dúzia de empresas de gestão, já que muito desse novo dinheiro é destinado aos estágios upstream e da Série A.

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O que vimos foi, de certa forma, um esgotamento dos fundos em estágio de crescimento, dadas todas as perdas que esses fundos sofreram no ano passado. Como resultado, a atividade de novos negócios cessou e as obrigações da LP expiraram.

Também vimos muitos fundos estrangeiros entrando na região para investir, coinvestir, participar de rodadas domésticas e, se você olhar as estatísticas, talvez a região (Brasil, América Latina), eles criaram vários unicórnios depois da China e dos Estados Unidos.

Embora tenha ocorrido essa desaceleração da atividade, a região continua fortemente impulsionada pelo investimento. Precisa muito de desenvolvimentos e inovações, então, a longo prazo, esperamos que esse dinheiro volte e seja investido na criação de empresas novamente.

O que a Iporanga Ventures está fazendo para melhorar o setor de venture capital no Brasil e na América Latina?

Estamos muito ligados ao ecossistema. Procuramos estar presentes para ajudar essas empresas e empreendedores através de comentários relevantes. Ao longo do ano, analisamos mais de 500 empresas, mas estamos investindo em menos de 1% do que vemos. Nosso negócio diário é composto de muitos “nãos”, mas tentamos educar os fundadores sobre por que dizemos não a eles. Queremos ajudá-los independentemente de serem investidores ou não porque acreditamos muito no poder do empreendedorismo e que podemos mudar a região para melhor.

Como o setor de venture capital brasileiro se compara ao setor de venture capital no resto do mundo?

Em comparação com outros ecossistemas, recebemos muito menos dinheiro do que outras partes do mundo. Atribuo isso ao fato de ser um fenômeno recente no Brasil. A curva de aprendizado aumentou dramaticamente nos últimos sete a dez anos. Então, na medida em que ficamos atrás de outras regiões em termos de fluxos de capital, as organizações melhoraram. Representação do Brasil por ABVCAPque é a associação nacional de capital de risco no Brasil, melhorou muito.

Como mencionei o talento na região anteriormente, temos talentos em abundância. Leva nubank Por exemplo como exemplo de uma grande empresa nascida e criada no Brasil. A empresa fez um IPO e provou que é possível construir grandes empresas na área.

Temos um grande mercado consumidor – só o Brasil tem cerca de 210 milhões de pessoas, mas se você olhar a América Latina e o Caribe como um todo, o número é ainda maior. Acho que no futuro, à medida que o nível médio de empresários e investidores continuar melhorando e as condições macro se estabilizarem, muito dinheiro será despejado na região.

O Brasil é conhecido por sua influência no campo da agricultura e commodities. Um quarto do nosso PIB vem de serviços e produtos agrícolas, e as necessidades de financiamento só para esse setor no Brasil são da ordem de R$ 1 trilhão. O dinheiro do capital de risco traz oportunidades para exploração agora e no futuro no Brasil.

Quais são alguns dos desafios únicos associados à região/país no espaço de capital de risco?

A cadeia de financiamento de capital de risco no Brasil não é tão grande, profunda e diversificada quanto a dos Estados Unidos. Nos EUA você terá uma centena de financiadores de projetos para gestores, enquanto aqui funciona bem até a Série A. Eles podem ter que reconsiderar seus formulários se não conseguirem encontrar os fundos.

No que diz respeito ao mercado brasileiro, e especificamente ao setor financeiro, tivemos (e ainda temos) um sistema bancário muito concentrado por muitos anos. Temos grandes conglomerados BradescoE banco do BrasilE caixa E itau. o Banco Central do Brasil Promovemos a competição, estimulamos a inovação e agora temos uma estrutura de financiamento aberto que é bem-sucedida em todos os sentidos. No entanto, é um arranjo muito complexo e requer muito esforço no começo. Portanto, leva tempo para chegar à escala que todos desejam ver.

Pensamentos finais

Os gerentes de capital de risco em todo o mundo tiveram um ano difícil em 2023. 2022 foi um ano difícil, e este ano também foi difícil até agora. É difícil adivinhar quando isso vai acabar, pode levar um ou dois anos – em dois podemos voltar a fazer muitos negócios (embora eu desconfie que na verdade será menos).

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Mas para a região só podemos esperar um aumento dos fluxos. Mais empresas serão criadas porque é um viveiro de inovação e soluções. Os empreendedores podem resolver muitos problemas e desequilíbrios sociais na região.

Temos cerca de 700 milhões de pessoas vivendo na América Latina – é um grande mercado consumidor. Em termos de adoção de tecnologia pelo usuário, as pessoas aqui estão muito interessadas em adotar novas tecnologias. Isso não vai acabar, é de certa forma a nossa natureza, a característica original deste grupo de populações nesta parte do mundo.

Acho que a mensagem para quem vê essas ideias é tentar encontrar alguns gestores de capital de risco aqui, passar por lá, ver por si mesmo e visitar outras cidades de São Paulo.

Com o tempo, você ganhará confiança para fazer investimentos, estar mais próximo, comprar empresas e participar da evolução desse ecossistema. Ela evoluiu muito desde 2010, mas ainda tem um longo caminho a percorrer em termos de crescimento. Não muito tempo atrás, qualquer conversa sobre investimento em capital de risco era cercada de suspeitas e questionamentos. Family offices e investidores locais relutarão em fazer investimentos nessa área.

Agora é conversa comum, todo mundo está pensando em alocação de capital de risco.

  • Frances Bennell

    Francis é jornalista e principal correspondente latino-americano, bacharel em Civilização Clássica, com interesse especializado na América do Norte e do Sul.

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