MADRI (Reuters) – A fumaça de um grande incêndio florestal no centro de Portugal envolveu os arranha-céus conhecidos como “Quatro Torres” em Madri, a 400 quilômetros de distância nesta terça-feira, e moradores da capital espanhola reclamaram de um forte cheiro de chamas.
O fogo, que devastou o Parque Nacional da Serra da Estrela, em Portugal, começou a 6 de agosto e foi praticamente extinto até domingo, mas voltou a aumentar na segunda-feira, levando à evacuação de várias aldeias.
Mais de 1.100 bombeiros apoiados por 13 aviões-bomba d’água estão combatendo o incêndio, que já queimou mais de 17 mil hectares.
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O chefe da proteção civil, André Fernandez, disse que o fogo teve várias frentes, dificultando o combate em tempo seco e ventoso.
Imagens de satélite da NASA World View mostraram nuvens de fumaça que se estendem do oeste da Península Ibérica até a metade leste e além de Madri, onde os serviços de emergência tiveram que explicar aos moradores preocupados que não havia incêndio nas proximidades.
Pessoas observam fumaça ao redor de Madri, na Espanha, devido a ventos fortes vindos de um incêndio a 300 quilômetros de distância em Portugal em 16 de agosto de 2022. REUTERS/Isabel Infantes
Mas no leste da Espanha, centenas de bombeiros trabalhavam 24 horas por dia para controlar dois incêndios na região de Valência.
Na região de Val d’Ebo, ao sul de Valência, estradas foram fechadas e cerca de 2.000 pessoas foram evacuadas desde domingo, depois que raios provocaram incêndios florestais que queimaram mais de 9.500 hectares.
As mudanças climáticas deixaram partes da península em uma seca severa em 1.200 anos, de acordo com um estudo publicado no mês passado na revista Nature Geoscience.
Julho foi o mês mais quente na Espanha desde pelo menos 1961, quando o Serviço Meteorológico Espanhol começou a registrá-lo.
Os incêndios florestais queimaram mais de 270.000 hectares na Espanha até agora em 2022, bem acima da média anual de 15 anos de 70.000, de acordo com o Sistema Europeu de Informações sobre Incêndios Florestais.
Em Portugal, os incêndios florestais destruíram cerca de 85.000 hectares, ou cerca de 1% do território do país, o mais elevado da União Europeia.
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Reportagem adicional de Guillermo Martinez, Silvio Castellanos, Patricia Roa e Christina Thikiar
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