LONDRES – Os países ocidentais prometeram dezenas de bilhões de dólares em nova ajuda financeira nesta quarta-feira para reconstruir a Ucrânia devastada pela guerra, em uma conferência de doadores de dois dias convocada pelo governo britânico na sombra da contra-ofensiva de Kiev contra a Rússia.
As promessas – feitas pela Grã-Bretanha, Estados Unidos e União Européia – buscavam desviar a atenção do público, por enquanto, do campo de batalha para a reconstrução da Ucrânia que se seguiria à guerra. Economistas estimam que o projeto de reconstrução pode custar entre US$ 400 bilhões e US$ 1 trilhão.
A conferência também destacou o potencial Uso de ativos russos confiscados para subscrever o custo da reconstrução – uma proposta legalmente complicada que, no entanto, está ganhando força no Ocidente. A Grã-Bretanha e a União Europeia estão explorando maneiras de transferir esses ativos, estimados em pelo menos US$ 300 bilhões.
Abrindo a conferência, o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak disse: “Como vimos em Bakhmut e Mariupol, o que a Rússia não pode suportar, tentará destruir.” Eles querem fazer o mesmo com a economia ucraniana. “
Falando aos participantes via link de vídeo, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que havia uma oportunidade econômica nas ruínas de seu país. Ele agradeceu aos doadores, mas implorou que começassem a investir agora. “Devemos passar da visão aos acordos e dos acordos aos projetos reais”, afirmou.
A Grã-Bretanha anunciou um pacote que inclui 240 milhões de libras (US$ 305 milhões) em ajuda econômica direta adicional e US$ 3 bilhões em garantias de empréstimos do Banco Mundial. Os empréstimos visam encorajar um influxo de novos investimentos privados para reconstruir cidades ucranianas e vilas destruídas pelas forças russas.
A União Europeia elaborou um pacote ambicioso que incluiria 50 bilhões de euros (cerca de US$ 55 bilhões) em ajuda de 2024 a 2027. Cerca de 17 bilhões de euros virão na forma de doações e o restante em empréstimos a juros baixos. O pacote precisa ser aprovado por todos os 27 integrantes do bloco, mas pode encontrar entraves.
“Este plano pode se tornar um pilar para todos os doadores internacionais”, disse Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Européia. “É isso que quero dizer quando digo que estamos com a Ucrânia pelo maior tempo possível.”
Os Estados Unidos anunciaram US$ 1,3 bilhão em ajuda econômica adicional, aproximadamente divididos entre dinheiro para reparar a infraestrutura de energia fortemente atingida da Ucrânia e para modernizar portos, ferrovias e passagens de fronteira.
“Enquanto a Rússia continua destruindo, estamos aqui para ajudar a reconstrução da Ucrânia”, disse o secretário de Estado, Antony Blinken, observando que o pacote teve apoio bipartidário no Congresso. “A recuperação é lançar as bases para a prosperidade da Ucrânia.”
O Sr. Blinken disse que os Estados Unidos forneceram mais de US$ 20 bilhões em assistência ao desenvolvimento econômico para a Ucrânia, além de US$ 2,1 bilhões em assistência humanitária. É também o maior fornecedor de ajuda militar aos militares ucranianos.
A Grã-Bretanha, que também é um dos maiores provedores de ajuda militar à Ucrânia, está aproveitando o status de Londres como um centro global de finanças e seguros para estimular o investimento estrangeiro, em parte tentando reduzir os riscos para os investidores. Sunak disse que os US$ 3 bilhões em garantias de empréstimos duram três anos e são apoiados por mais de 400 empresas de 38 países, incluindo Virgin, Sanofi, Philips e Hyundai Engineering.
Embora os combates continuem no sul e no leste da Ucrânia, analistas disseram que é importante começar a planejar o processo de reconstrução pós-guerra, para evitar o tipo de atraso que impediu a reconstrução da Europa pós-Segunda Guerra Mundial.
“Sem qualquer tipo de planejamento, esses atrasos podem infeccionar e levar à miséria humana e à falência das economias e à falha fundamental da política externa”, disse Howard Schatz, economista-chefe da Rand Corporation, a repórteres na semana passada. “Portanto, é importante começar a planejar agora.”
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