Diretor do Banco Central brasileiro diz que orientação pode mudar sem vinculá-la à taxa de juros no final do ciclo de flexibilização monetária pela Reuters

©Reuters. FOTO DE ARQUIVO: Uma nota de 200 reais após o Banco Central do Brasil emitir a nova nota em Brasília, Brasil, em 2 de setembro de 2020. REUTERS/Adriano Machado/Foto de arquivo

SÃO PAULO (Reuters) – A mudança final na orientação de flexibilização monetária não estará necessariamente ligada à taxa de juros no final do ciclo de flexibilização monetária do banco, disse o diretor de política monetária do banco central brasileiro nesta terça-feira.

Num evento organizado pela consultora APCE, o chefe de política monetária, Gabriele Gallipolo, disse que dada a forma como se desenrola o processo de desaceleração da inflação e o ritmo dos cortes nas taxas de juro, uma eventual mudança no guidance não implica uma relação com uma taxa final.

“A ausência de sinal da Coboom sobre a taxa de juro final decorre do facto de termos adoptado o ritmo de 50 pontos base especificamente para aproveitar, ganhar tempo e ver como as coisas vão evoluir”, disse.

O banco central iniciou o seu ciclo de flexibilização monetária em Agosto com um corte de 50 pontos base, após quase um ano de taxas de juro inalteradas no máximo de seis anos de 13,75%, com o objectivo de combater a inflação.

Desde então, ele tem consistentemente feito questão de manter o mesmo ritmo de facilitação em reuniões futuras.

Galipolo sublinhou que apesar do baixo spread entre as taxas de juro do país e as dos países desenvolvidos, que têm vindo a atrasar o início dos seus próprios ciclos de flexibilização das taxas de juro, o desempenho da taxa de câmbio do Brasil tem sido bom.

“Mesmo com esse fechamento diferencial, o câmbio se manteve em bom patamar”, disse.

Questionado sobre se o banco central tinha uma meta cambial, Gallipolo negou que existisse, argumentando que a taxa de câmbio flutuante era uma importante “linha de defesa”.

Na semana passada, o diretor do banco central disse que os decisores políticos “em algum momento” precisariam de remover o uso do plural nas suas orientações de flexibilização monetária, que se referiam a cortes de 50 pontos base nas próximas “reuniões”.

A taxa básica de juros do Brasil é agora de 11,25%.

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