Como grupos comerciais veem a tentativa do Brasil de reduzir os preços da energia e estimular fontes de energia renováveis

Como grupos comerciais veem a tentativa do Brasil de reduzir os preços da energia e estimular fontes de energia renováveis

O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assinaram na terça-feira uma medida provisória sobre energias renováveis ​​e redução dos impactos nas tarifas de energia.

Esse procedimento permite adequar os prazos de projetos específicos de geração de energia renovável ao cronograma de implantação das linhas de transmissão leiloadas para envio de energia ao principal centro de carga do país, ou seja, a região Sudeste.

Os representantes são normas com força de lei emitidas pelo presidente em casos de exceção e urgência.

Embora tenham efeitos jurídicos imediatos, os representantes precisam da aprovação do Congresso para se tornarem permanentes na lei.

O prazo inicial de uma MP é de 60 dias, prorrogável automaticamente por igual período caso não seja votado pelas duas casas do Congresso.

As associações locais de energia renovável acolheram favoravelmente a iniciativa, mas disseram que era necessário fazer melhorias.

Por sua vez, a Associação de Consumidores de Energia alertou que a MP não é sustentável.

Segundo o governo, esta medida permitirá projetos capazes de criar cerca de 400 mil empregos e gerar até 165 mil milhões de reais (32,5 mil milhões de dólares americanos) em investimento privado.

Projetos de energias renováveis ​​poderão agregar até 34 gigawatts de energia ao sistema elétrico nacional, segundo estimativas do Ministério do Município e Meio Ambiente. O prazo para operação comercial com benefícios é março de 2029.

O texto também permite que consumidores brasileiros paguem Covid e Escassez de água Contas, ao antecipar o recebimento dos recursos a serem pagos em decorrência da privatização da Eletrobras.

As contas Covid e de escassez hídrica foram criadas para compensar os efeitos da pandemia e da crise hídrica no setor elétrico.

Segundo o Ministério do Município e Ambiente, estas medidas visam combater estruturalmente as distorções de definição que surgiram em anos anteriores. Espera-se que haja uma redução de pelo menos 3,5% nos preços da eletricidade.

A proposta também aproxima os preços da energia no estado do Amapá à média dos demais estados da região Norte, com alta de 9%. Havia expectativas de que o estado enfrentaria aumentos nas taxas de juros de mais de 40% devido a distorções neste setor.

Elbia Ghannoum, CEO da associação brasileira de energia eólica Abeulica, disse que a MP tem a vantagem de estender o prazo para projetos eólicos e solares que já foram autorizados para implantação, mas carecem de infraestrutura de transmissão.

Esses projetos – a maioria localizados na região Nordeste – contam com benefícios TUST e TUSD, descontos pelo uso de redes de transmissão e distribuição que expiraram recentemente, disse ela.

“Sem esta prorrogação, muitos projetos e decisões de investimento não teriam ocorrido”, disse Ghannoum ao BNamericas.”No caso da energia eólica, existe um potencial de até 10 gigawatts que traria investimentos e receitas para o país.”

Em nota de imprensa, a Associação de Energia Solar Absolar afirmou que a MP é uma medida positiva, mas sublinhou que os prazos propostos no texto inicial limitam significativamente a viabilidade da iniciativa a um número muito reduzido de projetos.

“A Absolar buscará se engajar de forma construtiva com o Congresso Nacional para aprimorar esta boa iniciativa, que ainda requer pequenos, mas importantes ajustes para atingir seu potencial”, disse o CEO do Grupo, Rodrigo Soaya.

Entretanto, a Associação Brasileira de Consumidores de Energia criticou o deputado da Anace, argumentando que as alternativas à redução dos preços da energia devem ser estruturais e sustentáveis.

“Na prática, o MP vai na direção oposta às suas intenções, porque representa nada mais do que uma nova transferência dos custos atuais para o futuro”, disse o CEO da Anace, Carlos Faria, num comunicado de imprensa.

O grupo afirma que o Parlamento teria consequências “muito graves” a médio e longo prazo, porque uma extensão de três anos do apoio a projectos solares e eólicos teria impacto na conta de desenvolvimento energético durante 25 anos depois disso, ao longo do próximo ano. Concessões das fábricas a serem instaladas.

“Os resultados dos últimos leilões e o custo da energia no mercado livre mostram que essas usinas já têm condições de competir e não dependem mais de subsídios”, disse Faria.

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