Um tribunal federal condenou o engenheiro brasileiro Mario Marcelo Santoro a 27 anos de prisão depois que ele confessou ter matado sua ex-namorada Cecilia Haddad em 2018 na Austrália.
Santoro, que hoje está na casa dos 40 anos, foi considerado culpado de assassinato em primeiro grau, asfixia, feminicídio e ocultação de cadáver.
O júri de sete pessoas no Rio de Janeiro – composto por seis mulheres e um homem – pronunciou sua decisão na manhã de quinta-feira.
O advogado de Santoro disse que vai recorrer.
Em abril de 2018, o corpo de Haddad, de 38 anos, foi encontrado no rio Lane Cove, em Sydney, a poucos quilômetros de seu apartamento.
Nessa época, Santoro já havia saído do país e voltado para o Brasil.
Com base em milhares de cartas analisadas pela polícia australiana e em depoimentos de amigos e familiares, Haddad terminou com Santoro, mas se recusou a aceitar sua decisão.
Cerca de 10 dias antes de sua morte, o investigador australiano John Edwards disse que Haddad deu um ultimato a Santoro, dizendo-lhe para sair do apartamento ou ela chamaria a polícia, segundo O Globo e outros meios de comunicação que compareceram ao julgamento.
A certa altura, Haddad deixou sua casa para ficar com alguns amigos.
O Globo informou que o rastreamento do celular colocou Santoro em um apartamento de luto e no rio onde seu corpo foi encontrado posteriormente.
Areia e plantas da mesma área também foram encontradas no carro da vítima, que Santoro foi visto dirigindo nas imagens captadas pelas câmeras de segurança.
Em depoimento prestado na quarta-feira, Santoro reconheceu ter ido à casa de Haddad para recuperar seu passaporte para pegar o voo para o Brasil.
Ele disse que eles tiveram uma discussão e ele “agarrou o pescoço dela” e “apertou com muita força” antes que ela “caísse” em seus braços.
Santoro, que parecia um tanto aliviado durante o longo e detalhado testemunho do julgamento, chorou ao confessar ter matado Haddad.
O juiz federal Ian Legay Vermelow disse: “O réu não confessou na sala do júri até que provas extensas fossem apresentadas contra ele.”
“Ou seja, ele não confessou perante a polícia australiana ao chegar ao Brasil. Não confessou perante os investigadores brasileiros, nem perante as diligências judiciais pelas quais passou até aquele dia.”
Antes do veredicto, a mãe de Haddad, que vestia uma camiseta branca com a foto da filha, disse aos repórteres que Santoro “não era um ser humano, mas uma fera” e que pertencia à prisão.
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