Ator amazonense comemora participação indígena em Cannes: “Não somos os estereótipos que eles pensam que somos”

Adanello no Festival de Cinema de Cannes, sábado, 20 de setembro (Daniele Venturelli/Getty Images)

21 de maio de 2023

20:05

Adrisa De Goes – da Agência Amazon

Manaus (AM) – O ator amazonense Adanilo, 32 anos, descreveu a passagem pelo Festival de Cinema de Cannes de 2023, na França, como um grande marco para sua carreira e para o povo amazônico. Com exclusividade para Agência AmazonHoje, domingo, 21, ele destacou a representação de atores e atrizes indígenas no maior festival de cinema do mundo.

No sábado, dia 20, o artista, que nasceu em Manaus, participou do lançamento do filme “Eureka”, no qual será um dos heróis da trama, que conta com atores como Viggo Mortensen (“O Filme”) . “O Senhor dos Anéis”, “O Livro Verde”) e Chiara Mastroianni (“Persépolis”). A produção, que passa pela Argentina, Estados Unidos, México e Portugal, é dirigida pelo argentino Lisandro Alonso.

“Ter um indígena como protagonista de um filme que estreia em Cannes é uma coisa maravilhosa. Nós, indígenas, não somos os estereótipos que tentam pensar de nós. Existimos em todos os espaços, ocupamos todas as profissões. todos os lugares possíveis, e sempre estivemos. Nesses lugares, aliás, sempre estaremos, porque o Brasil é a terra dos povos indígenas.“, disse ele ao CENARIUM.

Adanilo e a equipe Eureka no tapete vermelho do Festival de Cinema de Cannes 2023 (Daniele Venturelli/Getty Images)

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Adanello destaca ainda que esse momento é importante para os indígenas, pois espaços como esse muitas vezes são negados a essas pessoas, mas geralmente são ocupados por não indígenas. “Conquistamos um espaço no mercado audiovisual brasileiro, não só eu, mas outros grandes atores e atrizes locais, não só da região amazônica, mas de todo o Brasil.”ele adiciona.

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Participação em negócios

Além de ator, Adanilo é dramaturgo, diretor de cinema e teatro. Durante sua carreira, participou dos longas-metragens “Marighella”, dirigido por Wagner Moura; “Noites Alienígenas”, de Sergio de Carvalho; “Eureka” de Lisandro Alonso; “Oeste Outra Vez” de Érico Raci; “O Rio de Diesigo” de Sergio Machado, e “Rico de Amor 2” de Bruno Garutti.

O ator amazonense Adanilo no set de Eureka (Reprodução/Reprodução)

A artista amazonense integra o elenco da série “Segunda Chamada”, da Globo, dirigida por Joanna Gabasi; “Dom” do Prime Vídeo, direção de Breno Silveira; “Cidade Invisível”, série original da Netflix, dirigida por Carlos Saldanha e “Um Dia Qualquer”, dirigida por Pedro von Kruger, para streaming na HBO+.

Origem e trabalho

Adanilo é descendente de indígenas das regiões do Baixo Solimões e Baixo Tapajós, entre o Amazonas e o Pará. Possui formação técnica em rádio e televisão e estudou na Escola Técnica de Teatro (ETET) Martins Penna no Rio de Janeiro (RJ).

Em 2012, Adanilo foi cofundador da Arttrupe Produções ao lado de outros artistas, onde produziu trabalhos como ator, dramaturgo e diretor. Em 2014 teve sua primeira atuação audiovisual, no curta “A Garota do Guarda-chuva”, e no ano seguinte estrelou “This Way”, ambos dirigidos por Rafael Ramos.

O ator também trabalhou no filme “O Tempo Passa” dirigido por Diego Bauer. A participação na famosa peça “A Casa de Inverno” gravada no “Formas de Voltar Para Casa” acabou por ser o seu último trabalho com o grupo amazonense.

Líderes indígenas

Lideranças indígenas percorreram o tapete vermelho do Festival de Cinema de Cannes nesta sexta-feira, 19, assim como o cacique Raoni, para a exibição do filme “Rauni: Uma Amizade Inesperada”, produzido pelo diretor belga Jean-Pierre Dotilho. O dirigente também está programado para visitar sete países, de 11 de maio a 14 de junho, como parte de uma campanha internacional organizada pela associação ambientalista franco-brasileira Floresta Vergem.

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Chefe Rauni e Watakalu lideram viagem internacional (clone/redes sociais)

O cacique é acompanhado nas viagens pelas lideranças indígenas dos Watakalo, Tapi e Pomoro, num movimento que busca glorificar a luta indígena fora do Brasil, a fim de obter apoio e proteção às terras indígenas do país.

“Sabemos que levantar a questão da luta indígena, proteger as nossas terras, proteger as florestas, é importante para o mundo exterior, especialmente aqui na Europa, porque sabemos que precisamos de apoio daqui.”disse o presidente Watakalo em entrevista à Radio France Internationale.

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