Alta taxa de desmatamento na Amazônia brasileira em março

SÃO PAULO (Reuters) – O desmatamento na Amazônia brasileira aumentou 14 por cento em março em relação ao ano anterior, mostraram dados oficiais preliminares nesta sexta-feira, destacando os desafios contínuos enfrentados pelo novo governo de esquerda.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o cargo em 1º de janeiro, prometendo acabar com o desmatamento após anos de escalada do desmatamento sob seu antecessor Jair Bolsonaro, que reduziu os esforços de proteção ambiental na Amazônia.

“Esse aumento de números revela que a região amazônica ainda sofre com uma falta significativa de governança e que o novo governo precisa agir com urgência para reconstruir sua capacidade de reprimir o crime ambiental, que foi totalmente destruído no último governo”, disse Marcio Astrini. , chefe do observatório do clima do grupo ambientalista local.

Dados da agência de pesquisa espacial Inpe mostraram que 356 quilômetros quadrados (137 milhas quadradas) foram desmatados na Amazônia brasileira apenas no mês passado.

Os números mais recentes fornecem um quadro misto sobre a luta do governo contra o desmatamento até agora, com a destruição no período de janeiro a março caindo para 845 quilômetros quadrados (326 milhas quadradas), uma queda de 11% em relação ao ano anterior.

O Brasil mede oficialmente o desmatamento anual de agosto a julho, para reduzir o efeito da cobertura de nuvens que obscurece as imagens de satélite da destruição durante os meses chuvosos. Nos primeiros oito meses desse período, de agosto de 2022 a março de 2023, o desmatamento aumentou 39% em relação ao ano anterior.

“Faltam apenas quatro meses para fechar os números finais do desmatamento. Isso significa que as taxas de desmatamento na Amazônia final não devem cair em 2023. Na verdade, há mais chances de aumento”, diz Astrini.

No final de fevereiro, em Brasília, o enviado climático dos EUA, John Kerry, disse que o mundo não pode cumprir sua meta climática de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C a menos que proteja a floresta amazônica.

Washington anunciou no início do ano que pretende contribuir com o Fundo Amazônia Brasileira, que apoia projetos de conservação na região da selva.

No mês passado, a Noruega também prometeu seu apoio aos esforços do Brasil para atrair mais doadores para o Fundo Amazônia.

(Reportagem de Stephen Grattan). Edição por Diane Craft

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