BRASILIA (Reuters) – Uma pesquisa do banco central com economistas mostrou na quarta-feira que as expectativas das taxas de juros no Brasil aumentaram este ano para seus níveis mais altos desde maio, em meio à inflação estável e às frágeis perspectivas financeiras para empurrar o banco central para a política de aperto.
A mediana da projeção para a taxa Selic no final deste ano subiu de 3,50% para 3,75%, enquanto a projeção de final de ano para 2022 permaneceu estável em 5,00%, de acordo com a última pesquisa semanal FOCUS com mais de 100 economistas.
Há quatro semanas, a previsão média para o final de 2021 era de 3,25%. Mas o banco central abandonou sua projeção futura na reunião de política monetária de 19-20 de janeiro, citando as expectativas de inflação subindo perto da meta nos próximos dois anos.
Embora a recuperação econômica esteja perdendo fôlego, o aumento da inflação dos alimentos continua a impulsionar as pressões gerais sobre os preços, e a perspectiva de mais apoio do governo aos pobres aumenta a ansiedade dos investidores em relação às finanças públicas.
A taxa de juros de referência do banco central está em uma baixa recorde de 2,00% desde agosto passado, mas muitos economistas agora estão prevendo que o ciclo de aperto monetário começará mais cedo do que se pensava há algumas semanas e será muito mais forte.
Os economistas do Barclays acreditam que o banco central aumentará as taxas de juros em sua próxima reunião de política em março.
A pesquisa mostrou que a mediana das projeções para o IPCA de preços ao consumidor no final deste ano ficou em 3,60%, próximo à meta do banco central de 3,75%, com margem de erro de 1,5 ponto percentual dos dois lados.
A inflação média projetada para os próximos doze meses aumentou de 3,6% para 3,7%. A meta do banco central para o final de 2022 é de 3,50%.
(Relatório Jimmy McGiver). Editado por Alistair Bell