A proporção de jovens brasileiros de 15 a 29 anos que não trabalham nem estudam (NEETs) caiu de 25,8 por cento em 2021 para 22,3 por cento em 2022, de acordo com Dados publicados quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, a percentagem é muito maior entre as pessoas mais pobres do país.
De um total de 10,9 milhões de jovens trabalhadores, 61,2 por cento eram pobres, com um rendimento familiar per capita inferior a 6,85 dólares por dia, e 14,8 por cento eram muito pobres, com um rendimento familiar per capita inferior a 2,15 dólares por dia, de acordo com as linhas de pobreza do Banco Mundial.
No Nordeste do Brasil, a sua região mais pobre, 75,5% dos jovens que não estudavam nem trabalhavam viviam na pobreza e 22,5% dos jovens que não frequentavam a educação e a formação viviam em extrema pobreza.
As mulheres pretas e pardas representavam 47,8% dos jovens pobres e 44,7% dos jovens extremamente pobres, seguidas pelos homens pretos ou pardos, dos quais 33,3% estavam na pobreza e 26,6% eram extremamente pobres.
Além disso, em 2022, havia um total de 4,7 milhões de jovens desempregados que não procuravam trabalho. Segundo o Instituto Internacional para a Igualdade de Género, as razões para tal estão relacionadas com os deveres de cuidar dos familiares e com as tarefas domésticas de dois milhões de mulheres, enquanto 420 mil homens citaram os problemas de saúde como o principal problema. Ambos os sexos também citaram estudar sozinhos como um dos motivos para não quererem trabalhar.
De acordo com a OCDE, os estudantes fora do sistema de ensino e formação “estão em risco de exclusão social – indivíduos que têm rendimentos abaixo do limiar da pobreza e não possuem as competências necessárias para melhorar a sua situação económica”.
Em 2022, 41,5% das pessoas entre os 25 e os 64 anos não concluíram o ensino básico obrigatório – ou seja, o ensino secundário. Isto é mais do que o dobro da média da OCDE para a mesma faixa etária em 2021 (20,1%).
A proporção de pessoas sem diploma de ensino médio no Brasil também é maior do que na Colômbia (37,9%), Argentina (33,5%) ou Chile (28%). Os brasileiros de 25 a 64 anos com diploma universitário representavam 20,7% em 2022, cerca de metade da média da OCDE em 2021 (41,1%).
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