Em retratação, tribunal do Brasil reabre caso de parque florestal | Notícias, esportes, empregos

RIO DE JANEIRO (Associated Press) — Após declarar a decisão definitiva, um tribunal estadual na segunda-feira se retratou e reabriu um processo que invalida uma área protegida na Amazônia brasileira. A retirada judicial é um revés para um fazendeiro que foi apelidado de pior violador da floresta tropical.

A Procuradoria-Geral do Mato Grosso anunciou a reabertura, alegando que o Supremo Tribunal Federal não notificou a decisão, como é exigido em processos de interesse público. A Suprema Corte do estado confirmou o contrário à Associated Press.

O Parque Estadual Cristalino II abrange 118.000 hectares (292.000 acres), maior que a cidade de Nova York, e está localizado na zona de transição entre a Amazônia e os biomas mais secos do Cerrado. É o lar do endêmico macaco-aranha branco (Ateles marginatus), uma espécie ameaçada de extinção devido à perda de habitat.

Por 3 a 2, o Supremo Tribunal de Mato Grosso decidiu que a criação do parque pelo governo em 2001 foi ilegal porque foi feita sem consulta pública. O demandante é uma empresa ligada a Antonio José Rossi Junqueira Villa, que foi multado em milhões de dólares por desmatamento no Brasil e roubo de milhares de hectares de floresta amazônica, inclusive dentro do Cristalino II.

Em 2016, a família Villila foi manchete no Brasil por estar no centro de uma histórica operação de fiscalização contra o desmatamento na região amazônica. O procurador-geral brasileiro descreveu-a como a maior área livre de terras da Amazônia.

O governo do estado não recorreu, alegando razões técnicas, o que levou o tribunal a declarar a decisão definitiva em abril.

Mato Grosso, o maior estado produtor de soja do Brasil, é administrado pelo governador Mauro Mendes, um político pró-agronegócio e aliado do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro, que repetidamente disse que o Brasil tem muitas áreas protegidas e prometeu não criar mais.

Atos legais aconteceram nos últimos meses, mas foi só na semana passada que a imprensa local deu a notícia da dissolução do parque, mobilizando organizações ambientais brasileiras. Agora, com a reabertura do processo, a Procuradoria Geral da República planeja recorrer aos tribunais superiores em todo o país, enquanto isso, o governo do estado não pode reverter a construção do parque, conforme anunciado na semana passada.

‘O jardim continua’ Edeline Amaral, assessora jurídica do Observatório Socioambiental de Mato Grosso, uma rede sem fins lucrativos, disse em comunicado. “Qualquer atividade contrária à proteção integral continua proibida e sujeita a penalidades.”

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