‘Marigella’ já é o filme brasileiro mais assistido de 2021

Sim, você deve contar a história. O filme finalmente capítuloega para as telas brasileiras.

Depois de exibições bem-sucedidas em festivais internacionais de cinema, links secretos e censura da ANCINE, que atrasou seu lançamento por aqui, o filme apareceu na tela grande.

A produção dirigida por Wagner Moura e brilhantemente representada por Seu Jorge tem, entre muitos, o mérito de iluminar a trajetória e o legado de um líder revolucionário nos anos sombrios do golpe de 1964 em solo brasileiro.

Sim, é preciso voltar a enfatizar que nesse período, sempre que necessário, famílias foram destruídas, direitos civis esgotados, a imprensa foi amordaçada, choques elétricos e pau-de-arara eram formas comuns de tortura.

Sim, ainda estamos com fome, e as relações comerciais e o acúmulo de riqueza não mudaram muito desde a década de 1960 até agora. Mas Marigella foi um grande homem de seu tempo. Ao mesmo tempo que Che Guevara e Fidel Castro.

O filme é cheio de palavras e frases clichês do protagonista, como “não temos tempo para ter medo”. O delegado Lúcio (Bruno Gagliasso) se inspira no psicopata Sérgio Paranhos Fleury.

É surpreendente notar que o Brasil tem defensores desse tipo de comportamento e políticas genocidas. As pessoas lideradas por Bolsonaro, associadas aos grupos mais atrasados ​​e retrógrados, e que encarnam esses esgotos que insistiam em inundar nossas vidas.

Wagner Moura dirige Seu Jorge em Marighella

Os “bons cidadãos”, que saíram às ruas no último dia 7 de setembro, exigindo a volta do AI-5 e a dissolução do Supremo Tribunal Federal, querem exatamente esse modelo fascista.

Mais uma vez apareceu o ranço de uma grande classe dessa sociedade ruim e atrasada e a sociedade de escravos que, somada a uma ignorância imensurável, estava imersa nos tubos mais profundos de nossa rede social.

Deve ser esclarecido que o que o filme estava mostrando era verdade. Não é uma fantasia distópica da Netflix.

Entrar novamente em um cinema lotado é sinal de que ainda há espaço para escrever a história potencial do Brasil.

O período e a direção artística são muito bem reencenados, assim como a moda. Existe um “padrão global” que me incomoda, mas isso é assunto para outra resenha.

Mora fez sua estréia sênior com um filme muito poderoso.

Ele sabia dirigir com segurança e, às vezes, chorava uma platéia ansiando por heróis e esperança. Ao final do show, enquanto os créditos disparavam, o público batia palmas e gritava “Fora Bolsonaro”.

A história é cíclica. vai passar. Viva Mariela.

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