Uber pede ao Supremo Tribunal Federal que suspenda todos os processos trabalhistas

Dias depois de o Supremo Tribunal Federal confirmar recurso que discutia a relação de trabalho entre motoristas e Uber Será um caso marcante No qual todos os futuros casos semelhantes deveriam se basear, a empresa apresentou uma petição pedindo ao tribunal a suspensão de todos os casos pendentes em todo o país.

Já era esperado que os processos nos tribunais locais fossem suspensos até uma decisão do Supremo Tribunal do país, mas a empresa pede que isso seja feito formalmente.

Na petição apresentada pelos advogados da plataforma Uber Ele diz Mais de 17 mil casos exigem reconhecimento de relações comerciais entre motoristas, entregadores e aplicativos de entrega, segundo dados da Procuradoria-Geral da República. Na petição, a Uber também afirma que a relação de trabalho é “inconsistente com seu modelo de negócios”.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), existem mais de 1,7 milhão de trabalhadores autônomos em transportes no Brasil. Isso inclui entregadores, taxistas e motoristas de aplicativos, entre outros.

Os tribunais têm sido inconsistentes na interpretação de como as regulamentações trabalhistas se aplicam aos trabalhadores temporários. Os juízes do trabalho tendem a ficar do lado dos trabalhadores, embora a maioria das decisões judiciais tenha favorecido as empresas. O juiz Edson Fachin, que acompanha o caso no Supremo, disse que o posicionamento final foi importante para reduzir a insegurança jurídica.

Do lado dos trabalhadores, não parece ser do interesse da maioria ter uma relação laboral.

Em pesquisa realizada no ano passado pelo famoso instituto de pesquisas Datafolha com 2,8 mil trabalhadores contratados pelo Uber e pelo iFood, o maior aplicativo de delivery do Brasil, a pesquisa constatou que 75% dos motoristas de aplicativos e 77% dos entregadores preferem manter o relacionamento atual com o plataformas, que procuram… Como prestadores de serviços independentes, em vez de terem um vínculo empregatício formal com eles como empregados.

Esta semana, o presidente Luiz Inácio Lula Silva enviou ao Congresso um projeto de lei que trata os motoristas de aplicativos como autônomos e garante pagamento mínimo junto com direitos sociais.

As empresas terão de pagar 7,5% das contribuições para a segurança social aos trabalhadores e garantir que recebem pelo menos o salário mínimo.

No entanto, esse consenso, alcançado após inúmeras reuniões entre o governo e representantes das empresas, não atinge os motoristas de entrega, apenas aqueles que trabalham em aplicativos de carona.

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