Lula escolheu aliado para cargo no Banco Central do Brasil

Um aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi nomeado para um cargo no Banco Central do Brasil, onde o líder de esquerda aumentou a pressão por taxas de juros mais baixas.

Gabriel Galbulo, 40, ex-executivo de bancos e vice-ministro da Fazenda e Fernando Haddad leal a Lula, será o novo diretor de política monetária da instituição.

Ele foi uma das duas pessoas nomeadas para o comitê de política monetária de nove membros, conhecido como COBUM, na segunda-feira. O outro é Ailton Aquino dos Santos, funcionário profissional do Banco Central, que será o diretor de supervisão. Ambos cumprirão mandatos de quatro anos, mas devem primeiro ser ratificados pelo Senado.

As nomeações ocorrem em meio ao aumento das tensões entre Lula e a alta liderança do banco central.

Desde que assumiu o cargo para um terceiro mandato no início de 2023, o presidente de 77 anos criticou a política monetária agressiva do banco como um empecilho ao crescimento econômico e prejudicial aos pobres.

O Índice Selic de Financiamento está em 13,75% desde agosto, após uma série de altas para conter a inflação.

Os ataques de Lula ao banco amedrontam os investidores, que temem uma possível interferência política em um país com histórico de luta contra o aumento dos preços.

Seu governo substituirá a maioria dos assentos no comitê de política monetária do banco central nos próximos anos. Ele também deve encontrar um sucessor para o governador Roberto Campos Neto, cujo mandato termina no final de 2024. Especula-se que Galípolo possa ser um candidato.

Sergio Fall, economista da MB Associados, disse acreditar que o novo diretor votará pela redução do preço da Selic. “[The appointment] Não muda muito no curto e médio prazo, mas é um sinal de mudanças mais importantes que podemos fazer no banco central no futuro.”

Rodrigo Marcati, CEO da Veedha Investimentos, disse que a escolha de Galípolo deve ser vista como política.

“Por mais capaz e técnico que seja, o mercado vai interpretar isso como uma tentativa do governo de pressionar por uma direção de taxa de juros mais baixa.”

O Banco Central do Brasil obteve independência formal pelo Congresso em 2021 sob o governo anterior de Jair Bolsonaro, uma decisão que Lula questionou.

Espera-se que o banco central reduza as taxas de juros antes do final do ano. No entanto, os economistas esperam que a taxa de Cilic chegue a 10% até o final de 2024.

Cobbum disse que taxas mais altas ainda são necessárias porque a inflação, embora contida, está acima da meta do banco. Ele também citou a incerteza sobre a situação financeira do país. A promessa de Lula de aumentar os gastos públicos com bem-estar social e infraestrutura levantou preocupações sobre a trajetória da dívida do governo.

Durante a campanha eleitoral, Lula enviou Galípolo para atuar como interlocutor do setor financeiro. Anteriormente, foi CEO do banco de investimentos Banco Fator. Ele não respondeu a um pedido de comentário na segunda-feira.

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