Guedes diz que a dificuldade financeira causada pelo governo eleito no Brasil mostra ignorância

BRASÍLIA (Reuters) – O ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira que o suposto conflito entre necessidades sociais e sustentabilidade fiscal apresentado pelo governo recém-eleito revela ignorância e incompetência técnica.

Falando em evento organizado pelo ministério, Geddes disse que qualquer recuo em qualquer dimensão econômica em relação ao que o atual governo está fazendo seria um erro.

O ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva derrotou o titular de direita Jair Bolsonaro em um estreito segundo turno presidencial em outubro.

Desde a semana passada, Lula vem sacudindo os mercados financeiros com discursos que enfatizam a primazia do gasto social sobre a responsabilidade fiscal.

Geddes disse: “Lançamos o maior programa social de todos os tempos, com responsabilidade financeira. Então, que história é essa sobre o conflito entre o social e o financeiro? Isso expõe ignorância, falta de conhecimento, incapacidade técnica para resolver problemas.”

O ministro afirmou que o programa de assistência social Auxilio Brasil, que o próximo governo passará a chamar de Bolsa Família, pode sim ser ampliado, mas é financiado com impostos sobre dividendos, hoje isentos.

A equipe do governo de transição de Lula propôs retirar cerca de 200 bilhões de riais (US$ 37 bilhões) em gastos do teto orçamentário constitucional por tempo indeterminado, sem contrapartida do lado da receita, para pagar benefícios sociais a famílias de baixa renda e aumentar o investimento público.

Mais cedo nesta sexta-feira, o presidente do banco central, Roberto Campos Neto, disse que o desenho final de um pacote de gastos aprovado pelo Congresso poderia forçar os formuladores de políticas a “reagir”, sinalizando o risco de uma possível mudança na política monetária.

Banco Islâmico de Desenvolvimento

Guedes também disse acreditar que o ex-presidente do Banco Central Ilan Goldfein, candidato do Brasil à presidência do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), vencerá a eleição de 20 de novembro.

Lula não apoiou a candidatura de Goldfajn. Um de seus assessores chegou a pedir aos Estados Unidos e outros países que apoiem o adiamento das eleições até o ano que vem, para que a candidatura do Brasil reflita seu governo recém-eleito.

(Reportagem de Marcella Ayres). Edição por Chris Reese e Andrea Ricci

Nossos padrões: Princípios de confiança da Thomson Reuters.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *