Ao longo de 2023, as famílias de baixa renda no Brasil viram alívio em termos de inflação dos alimentos, com os preços caindo durante cinco meses consecutivos, após um aumento durante a maior parte da crise da Covid. A flexibilidade do mercado de trabalho brasileiro e o crescimento contínuo da massa salarial também foram fatores que contribuíram para este impacto moderado da inflação sobre as famílias pobres. Mas em 2024, os economistas alertam que este fenómeno não se repetirá, principalmente devido aos efeitos do El Niño na produção alimentar.
Os preços subiram 4,62 por cento no ano passado, de acordo com o índice oficial medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, ficando dentro da meta do banco central pela primeira vez desde 2020. A queda nos preços dos alimentos também diminuiu 0,52 por cento, impulsionado por colheitas maiores. Os custos de produção mais baixos foram uma das principais forças por detrás deste resultado – um grande alívio após o aumento de 13,2 por cento registado em 2022 – mas nem todos sentiram o mesmo.
Cada faixa de renda no Brasil enfrenta a inflação de forma diferente, dependendo de seus hábitos de consumo. Para entender essas diferenças dentro do índice oficial de inflação (conhecido no Brasil…