Empresas brasileiras de saúde sofreram as maiores perdas em mais de duas décadas

Setor de saúde privada do Brasil teve perdas operacionais pular para R$ 11,5 bilhões (US$ 2,3 bilhões) em 2022, o maior nível desde 2001, quando os reguladores começaram a monitorar o desempenho financeiro das empresas.

O lucro líquido do setor caiu de R$ 3,8 bilhões em 2021 para R$ 2,5 milhões no ano passado, já que a taxa média de perdas médicas em 2022 fechou em 89,2%, alta de 2,12 pontos em relação a 2021.

O mercado de saúde privada do Brasil cresceu durante a pandemia, com planos de saúde registrando lucros recordes de R$ 18,7 bilhões em 2020 e o número de beneficiários crescendo para 47,6 milhões – o primeiro crescimento de adesão do setor desde 2014.

Em 2021, muitas das maiores empresas do setor anunciaram grandes fusões e aquisições, buscando experimentar novas frentes de negócios e verticalizar suas operações. Mas no ano passado, as condições macroeconômicas mudaram.

Os custos operacionais começam a subir devido à demanda reprimida causada pela pandemia, levando a procedimentos e tratamentos mais caros, mas também a preços mais altos de suprimentos hospitalares (importados em dólares americanos) e profissionais de saúde.

Os planos de saúde continuam lutando com essa demanda reprimida enquanto enfrentam custos crescentes da inflação, aumento das taxas de juros e turbulência regulatória – daí a alta taxa de perdas médicas.

Ao longo de 2022, o setor sofreu pelo menos dois grandes golpes no Congresso, com a aprovação de um projeto de lei que obrigaria as operadoras de saúde a cobrir qualquer tratamento ou medicamento com eficácia comprovada, de um lado, e a proposta de criação de um novo salário mínimo no nível federal para enfermeiros nos Estados Unidos. durar.

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Ambas as ações aumentam o risco de uma possível onda de falências no setor, pois seus efeitos são “imprevisíveis”, segundo Vera Valente, diretora-executiva do grupo comercial FenaSaúde (que inclui grandes nomes como Amil, Bradesco Saúde, Golden Cross e SulAmérica).

Nesse cenário, os negócios de M&A tornam-se mais difíceis de consolidar do que o previsto anteriormente, já que muitas empresas estão mudando seu foco de aquisições para parcerias. O número de acordos de cooperação entre operadoras, hospitais e laboratórios é crescente porque é a maneira mais fácil de atender à demanda dos beneficiários, muitas vezes de forma limitada e específica da região.

Muito do desempenho do setor neste ano vai depender do mercado de trabalho – a grande maioria dos planos de saúde no Brasil é custeada total ou parcialmente por empresas – e da capacidade de empresas e famílias absorverem preços mais altos.

Enquanto os preços dos planos corporativos já subiram em média 11,3%, os preços máximos dos planos individuais, que representam mais de 16% do setor, devem ficar em torno de 8,8%, prevê a FenaSaúde.

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