Em Ouro Preto, o novo Musée Beaulieu orgulha-se do Arquivo Barroco Internacional – Eurasia Review

por Alana Jandira

Os visitantes que passam próximo à entrada da histórica cidade de Ouro Preto, Minas Gerais, encontram o Novo Museu Beaulieu, que abriga o acervo do casal que dá nome à instituição. O museu ocupou as dependências de uma antiga casa de São Vicente de Paulo, e foi inaugurado nesta quinta-feira (14).

A coleção, doada pelos cônjuges Jack e Maria Helena Beaulieu, inclui principalmente obras de ascendência asiática e latino-americana, principalmente do período barroco. “[It chiefly concerns] O que chamamos de diáspora do barroco ibérico à Ásia e América Latina. É um museu raro no Brasil, pois seu acervo é internacional, não brasileiro. “Tem um papel importante, estando localizado em Ouro Preto e contextualizando o que vemos como um fenômeno global”, disse Nando Almeida, diretor do Instituto Piedra, responsável pelo museu e projeto de restauração.

Encontros

Com 1.050 das 2.500 peças da coleção Boulieu, a mostra teve curadoria de Angelo Oswaldo, antes de se tornar prefeito de Ouro Preto. As restantes peças serão expostas em exposições temporárias. “As peças expostas serão substituídas gradativamente, essa é a ideia, trazer constantemente novas atrações para o público.

O museu é gerido pelo Instituto Boulieu, criado para o efeito em 2008.

No lobby, os visitantes têm a oportunidade de conhecer a história do casal Boulieu e como o grupo se formou. No andar de cima, os hóspedes são recebidos com poemas de Fernando Pessoa e Luiz de Camís, cantados pela superestrela brasileira Maria Bethânia.

Almeida observou que o público parte em uma viagem pela nova rota para as Índias, pelo Oriente, e depois para a América e o Brasil. “Atinge a alma das pessoas e encontra civilizações que interagem com o barroco europeu, criando outra coisa. Lá, com novos materiais e novos ícones, o mundo ocidental encontra e se envolve culturalmente com tradições locais que remontam a milhares de anos.”

Do ponto de vista de Nando Almeida, o aspecto mais interessante que o museu apresenta ao público é um olhar para fora do Brasil, tentando entender o processo como algo que aconteceu em todo o mundo. “O barroco brasileiro, por exemplo, não é o mesmo que o barroco de Portugal. O barroco do altiplano andino nada tem a ver com o barroco espanhol. Tem uma força própria, que surgiu na esteira do encontro de diferentes culturas.

a casa

Devido à pandemia do COVID-19, a restauração do prédio do museu levou quatro anos para ser concluída e foi realizada pelo Instituto Pedra, organização sem fins lucrativos de patrimônio cultural.

O projeto foi patrocinado pelo Instituto Cultural Vale, da mineradora Vale, que investiu cerca de R$ 8 milhões por meio da Lei Brasileira de Incentivo à Cultura, comumente chamada de Lei Roané.

A casa ocupa uma área de aproximadamente 400 metros quadrados, com galerias no pavimento superior, e é composta por seis cômodos. O rés-do-chão é composto por hall de entrada, bilheteira, cafetaria, sala polivalente, sala de ensino, espaços administrativos e arrecadação.

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