Congresso brasileiro abre investigação sobre escândalo de manipulação de resultados no futebol

Brasília, Brasil (AFP) – A Câmara dos Deputados do Brasil abriu nesta quarta-feira uma investigação sobre o escândalo de manipulação de resultados de futebol que abalou o esporte no país sul-americano.

Esta é a terceira investigação sobre evidências de irregularidades cometidas por jogadores de futebol que supostamente garantiram cartões e impuseram penalidades em troca de subornos.

A investigação do Congresso durará pelo menos 120 dias e ouvirá depoimentos de jogadores, executivos de empresas de apostas esportivas e dirigentes de clubes. A Polícia Federal brasileira e o Ministério Público do Estado de Goiás também estão envolvidos no caso, e ambos os órgãos poderão usar as conclusões do Congresso em suas próprias investigações.

Os 34 parlamentares que participarão da investigação se reunirão novamente na terça-feira, onde votarão seus primeiros pedidos de depoimentos e documentos.

A primeira investigação do escritório de advocacia de Goiás mostrou que os jogadores recebiam entre R$ 10 mil e R$ 20 mil pela realização de ações específicas, como receber cartões amarelos e marcar pênaltis. Os supostos criminosos então se aproveitam dos sites de apostas.

“Nossa intenção é eliminar esses crimes do futebol brasileiro, que feriram a paixão de milhões de torcedores”, disse o deputado Felipe Carreras. “Este é o maior escândalo da história do futebol brasileiro. A credibilidade do nosso futebol está em perigo. Não sabemos se devemos receber um cartão amarelo, um cartão vermelho ou um pênalti ou não.”

Carreras disse ainda que um dos objetivos da investigação do Congresso é promulgar uma nova legislação para regular as apostas esportivas no país sul-americano. Muitos clubes de primeira linha têm essas empresas como patrocinadores.

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A investigação começou em novembro passado e concentrou-se em três jogos, depois expandiu-se para incluir 11 jogos, embora alguns deles tenham ocorrido em ligas inferiores.

As partidas abrangeram o segundo semestre de 2022 e os primeiros três meses deste ano. O promotor disse à Associated Press na segunda-feira que o escândalo provavelmente teria alcance internacional. A mídia local informou que os supostos criminosos disseram ter contatos nos Estados Unidos, Grécia e Lituânia.

Há poucos dias, um tribunal de Goiás aceitou acusações contra 16 pessoas acusadas de participar do esquema, incluindo oito jogadores de futebol da primeira e segunda divisões do Brasil. Na terça-feira, o Tribunal Desportivo Brasileiro suspendeu todos esses jogadores.

O ex-presidente e legislador do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello disse à AP que uma investigação do Congresso seria fundamental para a clareza da investigação.

“Isso terá um impacto educacional. Qualquer jovem atleta que tentar entrar num esquema como esse vai pensar duas vezes”, disse De Mello.

O legislador comandou o Flamengo quando o meia Max Alves, do Colorado Rapids, jogava pelo clube. Alves foi citado na investigação, embora não tenha sido acusado, e seu clube da Major League Soccer o suspendeu. Elvis não comentou publicamente.

“Estou muito triste com isso. Sempre tivemos uma relação muito amigável com esses jogadores vindos das categorias de base do Flamengo”, disse De Mello. “Tudo o que posso fazer é torcer para que o envolvimento dele seja o mínimo possível.”

O governo brasileiro está supostamente preparando uma ordem executiva para impor impostos às empresas de apostas esportivas, contra as quais os clubes locais já estão protestando.

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