China suspende proibição de importação de carne bovina brasileira antes da visita de Lula | Notícias da agricultura

O presidente brasileiro buscará fortalecer as relações comerciais e garantir maior investimento chinês durante sua visita à China na próxima semana.

O Ministério da Agricultura do Brasil disse que a China concordou imediatamente em retomar as importações de carne bovina brasileira, poucos dias antes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunir com seu colega chinês em Pequim.

As autoridades brasileiras interromperam voluntariamente a venda de carne bovina brasileira para a China em 23 de fevereiro, após a descoberta de um caso atípico de doença da vaca louca.

A retomada do comércio na quinta-feira ocorre um dia depois que o ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Favaro, chegou a Pequim antes da visita do presidente da Silva, mais conhecido como Lula, no domingo.

“O governo chinês decidiu suspender a proibição da carne bovina brasileira”, disse o ministério brasileiro em comunicado, após uma reunião entre Favaro e o diretor aduaneiro chinês Yu Jianhua. Até o momento, o governo chinês não comentou o anúncio.

No ano passado, a China gastou US$ 8 bilhões em carne bovina brasileira, quase 9% de suas importações da maior economia da América Latina.

Favaro, que se encontrou com Yu em Pequim, disse que a decisão foi “um avanço para o Brasil”.

Lula, que deve se encontrar com o presidente chinês, Xi Jinping, na terça-feira na capital chinesa, espera ampliar os laços comerciais e buscar novos investimentos chineses durante a viagem.

A China já é o maior mercado de exportação do Brasil, com comércio bilateral superior a US$ 150 bilhões em 2022.

O Brasil exporta principalmente derivados de soja, ferro e seus derivados, derivados de petróleo e carne bovina para a China.

A China também ultrapassou os Estados Unidos como o maior parceiro comercial do Brasil em 2009, e hoje o Brasil é o maior receptor de investimentos chineses na América Latina, impulsionados por gastos em linhas de transmissão de energia de alta tensão e extração de petróleo.

Lula, que venceu um segundo turno contra o ex-presidente brasileiro de extrema-direita Jair Bolsonaro em outubro, será o primeiro líder estrangeiro a visitar Xi desde que garantiu um terceiro mandato sem precedentes como presidente da China.

Sua viagem à China também ocorre menos de dois meses depois que Lula se encontrou com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na Casa Branca, enquanto Brasília pretende atingir um equilíbrio pragmático de política externa com seu maior parceiro comercial, apesar das crescentes tensões entre os dois.

“O Brasil deve manter uma postura flexível e pragmática nessa disputa entre China e Estados Unidos”, disse o senador brasileiro Hamilton Mourão, que como vice-presidente se encontrou com Xi em Pequim em 2019.

Lula aproximou o Brasil da China e viajou duas vezes a Pequim durante dois mandatos presidenciais de 2003 a 2010.

Esta visita ocorre após um período de relações tensas no governo Bolsonaro, que fez campanha usando uma retórica antichinesa que continuou em seus primeiros anos no governo, quando o filho de seu legislador culpou a China pelo surto da epidemia de Covid-19.

Lula viaja com uma grande delegação que inclui meia dúzia de ministros, além de governadores, parlamentares e 240 empresários, mais de um terço deles do setor de plantações do Brasil, que envia a maior parte da carne bovina, soja e celulose para China.

O líder brasileiro também visitará Xangai no final da semana.

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