Banco Central do Brasil adia relatório econômico importante enquanto trabalhadores protestam contra salários

(Bloomberg) — O Banco Central do Brasil adiou pela segunda vez a divulgação de uma pesquisa econômica observada de perto, enquanto os funcionários protestavam para exigir salários mais altos.

Mais lidos da Bloomberg

Os funcionários planejam entrar em greve na terça e quarta-feira, agravando uma disputa trabalhista que já dura meses com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Com isso, a Pesquisa Institucional Focus, que inclui estimativas de mais de 100 analistas sobre dados que incluem inflação e taxa básica de juros, será divulgada na quinta-feira, em vez de segunda-feira, data normal de publicação.

A disputa no banco central do Brasil intensificou-se nas últimas semanas, atrasando também outros relatórios contendo dados sobre investimento estrangeiro direto, empréstimos internos e contas financeiras. Os funcionários do Banco Central foram excluídos dos aumentos salariais concedidos pela administração Lula a outros funcionários públicos, e o Banco Central lançou uma paralisação inicial em maio para exigir um aumento salarial de 36% e outros benefícios.

Alguns funcionários alertaram sobre “riscos crescentes” para a missão do banco em uma carta enviada ao conselho na segunda-feira. “É crucial que o Conselho do BCE fortaleça as suas ações”, escreveram mais de 40 chefes de departamentos de bancos centrais na carta, que a Bloomberg obteve.

Os chefes de departamento expressaram o seu apoio às reivindicações dos sindicatos em eventos com a mídia local nos últimos meses. Anteriormente, os funcionários parariam de trabalhar 24 horas em janeiro.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também mostrou seu apoio aos trabalhadores, posando para fotos com delegados sindicais em novembro e pedindo uma rápida resolução do conflito em entrevista coletiva em dezembro.

READ  Dias antes do novo presidente, velhas divisões no Brasil estão sendo dilaceradas

Os actuais protestos no banco central seguem-se a uma longa greve de quatro meses em 2022, que também atrasou a publicação de relatórios económicos e terminou com um compromisso de renovar os planos de carreira dos trabalhadores.

Mais lidos da Bloomberg Businessweek

©2024 Bloomberg L.P.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *