Atualização 1 – Banqueiros no Brasil, investidores estão preocupados com o impacto do Bolsonaro na recuperação do mercado de capitais

(Adiciona citação de Rich Capital Executive)

Escrito por Tatiana Bützer e Paula Layer

SÃO PAULO (Reuters) – Banqueiros e gerentes de carteira estão preocupados que a política mais recente do presidente Jair Bolsonaro possa prejudicar o recente boom dos mercados de capitais do país.

Bolsonaro substituiu o presidente-executivo da petroleira estatal Petróleo Brasileiro e prometeu cortar preços no setor de energia, dois anúncios que chegaram aos mercados brasileiros na segunda-feira. A deflação está ameaçando uma onda galopante que levou as empresas a se alinharem para levantar capital.

A CVM, órgão fiscalizador do setor de valores mobiliários, está analisando 33 pedidos de ofertas públicas iniciais de empresas brasileiras, mais do que os que estreou durante todo o ano de 2020.

A preocupação com o aumento do risco político no Brasil pode dificultar os preços para a próxima onda de ofertas, de acordo com o chefe de mercado de capitais de um dos bancos de investimento mais ativos do país.

“Definitivamente vai piorar, mas até que ponto ficará mais claro em questão de dias”, disse o banqueiro, que pediu para não ser identificado para falar francamente sobre os comentários recentes de Bolsonaro. Uma nova onda de ofertas de IPO para empresas como a Agrogalaxy é esperada no início de março.

Um gerente de portfólio de empresas brasileiras de gestão de ativos disse que se Bolsonaro multiplicar as ameaças de intervenção na economia ainda mais, o pipeline de negócios no mercado de capitais pode evaporar consideravelmente. Mas os investidores podem se acalmar se Poulsonarot não tomar medidas mais não convencionais.

Ricardo Campos, diretor de investimentos da firma de ativos brasileira Reach Capital, disse que os investidores serão mais cautelosos com os escritórios de IP e esperar para entender se a substituição do CEO da Petrobras “significa uma mudança de política mais ampla em relação às empresas controladas pelo estado”.

Neste ano, o Brasil teve 21 ofertas de ações, das quais 13 são IPOs e as demais são ofertas subsequentes. A oferta totalizou US $ 5,3 bilhões, enquanto as ofertas de ações do ano passado totalizaram US $ 28,3 bilhões, de acordo com dados da Refinitiv (Relatório de Tatiana Bützer e Paula Layer; relatório adicional de Aluisio Alves; editado por Brad Heinz e Aurora Ellis)

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