Atividade – Eduardo Coutinho – Retrospectiva

Eduardo Coutinho (São Paulo, 1933) é um nome seminal do cinema documental latino-americano. Suas obras são moldadas por questões políticas, mas ele consegue evitar a propaganda, abordando o cotidiano e os temas subjetivos das maiorias marginais com uma sensibilidade inalterada pelo melodrama. Coutinho exerceu a sua atividade profissional em diversas áreas, incluindo direito, teatro, jornalismo impresso e televisivo. Seu primeiro contato com o cinema ocorreu quando era editor-chefe da revista Visão. Seu trabalho com a equipe de televisão do Globo Repórter, o programa documental mais popular do Brasil há décadas, permitiu-lhe, apesar da censura vigente na época, realizar documentação aprofundada sobre diversos temas: a seca e a dureza da agricultura trabalhar. os atos de banditismo que assolaram o Nordeste do país e a vida de figuras públicas, como o coronel Teodorico Bezzera e o pintor Candido Portinari, entre outros.

Após o sucesso de seu documentário Cabra marcado para morer (1984), aclamado pela crítica mundial (e vencedor do Grande Prêmio Coral, do Grande Prêmio do Festival de Cinema de Havana e do Tucano de Ouro no Rio de Janeiro), Coutinho deixou a equipe do Globo Repórter para trabalhar na produção de vídeos documentários e roteiros de séries. Produzido pela TV Manchete. Paralelamente, realizou seus próprios documentários, criando obras como Ó vista da memória Que coincide com o centenário da abolição da escravatura, analisa a presença do negro na cultura e na história brasileira. Outros filmes incluem ele Boca do Lixo, Santa Marta-duas Semanas no Moro, O Jogo da Davida e Romeros do Padre Cícero. A partir de 1999 Coutinho voltou aos longas-metragens em vídeo digital (depois transferido para 35mm) e dirigiu filmes como Santo Forte Babylon 2000, Edifício Master, Jogo de cena E Como Kanko.

O cinema de Coutinho foi definido por Consuelo Lenz em termos de uma “ética da crueldade”, mas não no sentido de preservar ou exibir o sofrimento, mas sim no sentido de rejeitar a complacência na sua relação com os temas ou situações que apresenta ao longo da sua carreira cinematográfica. . .

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