Ações da Brazilian Americana caíram 77% após descoberta de “inconsistências” contábeis

SÃO PAULO, 12 Jan (Reuters) – Ações da varejista brasileira Americana (AMER3.SA) Ele caiu mais de 75% na quinta-feira depois que seu presidente-executivo renunciou, citando a descoberta de “discrepâncias contábeis” totalizando 20 bilhões de riais (US$ 3,9 bilhões).

O atual CEO Sergio Real, que substituiu Miguel Gutierrez há menos de duas semanas, disse em uma teleconferência com investidores que “encontrou claramente algumas distorções muito significativas” e sinais de falta de transparência do governo anterior.

As ações da Americana caíram 90% no pré-mercado, enquanto sua abertura na bolsa foi atrasada por várias horas, antes de fechar em 77,33% a RO 2,72. O declínio eliminou 8,4 bilhões de riais do valor de mercado.

O CFO Andre Cofer, que também acaba de ingressar na Americana, deixou a empresa sob o controle de três bilionários brasileiros que fundaram a 3G Capital.

Real, ex-chefe do braço brasileiro do Banco Santander, atribuiu as discrepâncias a diferenças na contabilização do custo financeiro de empréstimos bancários e dívidas com fornecedores.

As lojas de Americana são onipresentes nos shoppings brasileiros. A unidade de e-commerce da empresa, que operava como uma empresa separada antes de sua recente reestruturação, é uma das principais varejistas online do país.

O CEO cessante disse que a Americana provavelmente precisará levantar capital, embora tenha indicado que não espera um impacto de curto prazo das inconsistências em sua posição de caixa.

O auditor da empresa americana PwC recusou-se a comentar as discrepâncias contabilísticas referidas pelo riyal.

Vários analistas colocaram suas recomendações sobre a empresa sob revisão, enquanto a CVM disse que lançou duas investigações sobre o varejista para investigar os problemas.

READ  Gastos com publicidade estão crescendo no Brasil

Separadamente, Americana disse que foi criado um comitê independente para investigar o assunto que incluiria o ex-diretor da CVM Ottavio Yazbeck.

“ciclo incomum”

Um administrador de fundos disse que os números da Americana levantam questões.

James Gulbrandsen, diretor de investimentos da NCH Capital para a América Latina, disse que seus modelos financeiros mostraram que a Americana estava com problemas, já que a empresa registrou um ciclo incomum para o varejista brasileiro.

“A Americana estava em um ritmo normal de desaceleração em meados de 2021, e então começou a acelerar do nada, como se tivesse um novo modelo de negócios, como se fosse uma empresa de biotecnologia”, disse ele em entrevista à Reuters. “O tempo passou e no terceiro trimestre de 2022 está praticamente de volta à desaceleração.”

“Isso era algo que não tínhamos visto antes com os negócios de varejo, que tendem a ser muito previsíveis em termos de ciclos econômicos, então detectamos algumas irregularidades”, disse Gulbrandsen.

A Americana disse em um comunicado de valores mobiliários na quarta-feira que acredita que o impacto monetário das discrepâncias não foi material, embora sejam necessárias investigações internas e trabalhos de auditores independentes para determinar seu impacto em suas demonstrações financeiras.

disseram analistas da XP Investimentos, referindo-se à teleconferência com o CEO cessante da empresa.

“A ligação com o Real mais me confundiu do que ajudou”, disse um gestor de fundos brasileiro que falou sob condição de anonimato. “Forneci evidências, mas ainda é difícil entender a profundidade dessa lacuna. Precisamos de mais tempo e informações.”

Analistas do Santander e do JPMorgan, que anteriormente classificaram Americana como “neutra” e “reduzida” respectivamente, também esperavam uma reação negativa significativa à notícia.

READ  Brasil define padrão para pagamentos digitais na América Latina

“Em resumo, vemos a posição de fluxo de caixa da empresa, razão pela qual recentemente rebaixamos as ações para UW, que é muito mais sensível do que o esperado”, disse o JPMorgan.

(US$ 1 = 5,1600 riais)

Reportagem adicional de Paula Arend Lair, Gabriel Araujo, Tatiana Bautzer, Alberto Alerigui Jr. e Aloysio Alves; Edição de Conor Humphreys, Mark Potter e Deepa Babbington

Nossos padrões: Princípios de confiança da Thomson Reuters.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *