A viagem de Lula à China para divulgar o plano da BYD de assumir a fábrica da Ford no Brasil

SÃO PAULO (Reuters) – O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, vai à China na próxima semana com planos de promover a aquisição pela fabricante chinesa BYD de uma antiga fábrica da Ford no nordeste do Brasil, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

Fontes disseram à Reuters que o acordo depende de um acordo final com a Ford Motor Company (FN), que ainda possui a fábrica na Bahia, apesar de interromper a produção no Brasil em 2021.

Em outubro, a BYD (002594.SZ) assinou um protocolo de intenções com o governo da Bahia indicando planos de investir R$ 3 bilhões (US$ 570 milhões) para implantar a produção de veículos elétricos no Parque Industrial de Camaçari, nos arredores da capital, Salvador.

Executivos da BYD, que vende mais carros elétricos do que a Tesla Inc (TSLA.O) na Ásia, mas fica para trás em outras regiões, disseram à Reuters em novembro que esperavam chegar a um acordo firme sobre a fábrica da Bahia até o final de 2022.

A BYD e o governo da Bahia disseram que as negociações ainda estão em andamento. A Ford se recusou a comentar.

Um diplomata brasileiro, que pediu para não ser identificado para falar sobre o assunto, disse que Lula fez questão de fazer um anúncio importante sobre a usina durante sua viagem. Ele entrou na política como sindicalista de trabalhadores da indústria automobilística há mais de quatro décadas no Brasil, onde o fechamento de uma fábrica da Ford provocou temores de um declínio da indústria.

“Para os chineses, é importante que residam na Bahia porque, mesmo que não explorem tanto a estrutura, são chineses substituindo os americanos”, afirmou o diplomata.

Uma fonte próxima à BYD disse que os executivos estão determinados a investir após visitarem a fábrica de Camaçari, que tem capacidade para fabricar cerca de 300 mil veículos anualmente. A fonte acrescentou que suas “mãos estão atadas” até chegarem a um acordo final com a Ford.

Outra fonte próxima ao Partido da União Democrática (BYD) disse que as negociações estavam “em seus estágios finais” e estavam trabalhando na “burocracia”, mas sem grandes obstáculos restantes.

(US$ 1 = 5,2870 riais)

Reportagem de Leticia Fukushima e Lysandra Paraguaso; Reportagem adicional de Alberto Allerigi Jr.; Escrito por Stephen Grattan; Edição por Brad Haynes e Alistair Bell

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