A região do Cerrado brasileiro é a principal beneficiária do compromisso de 2021 para acabar com o desmatamento

  • O Fundo de Inovação Financeira da Amazônia, Cerrado e Chaco, ou IFACC, alocou US$ 234,5 milhões para projetos que visam expandir a agricultura em terras já desmatadas nas pastagens do Cerrado no Brasil.
  • Anunciada pela primeira vez na cúpula do clima COP26 em 2021, a iniciativa visa colocar as pequenas propriedades na agenda da sustentabilidade, mostrando que é possível aumentar os lucros sem remover a vegetação nativa.
  • Os projetos financiados incluem o cultivo de soja em pastagens degradadas e a oferta de incentivos financeiros aos agricultores que mantêm em suas terras mais plantas nativas do que o mínimo exigido por lei.

A coalizão anunciada na Cúpula do Clima da ONU de 2021, na Escócia, já alocou US$ 240 milhões para projetos que alinham o aumento da produtividade agrícola com a conservação ambiental no Brasil. IFACC ou Inovação financeira para a região amazônica, Cerrado e Chaco, liderados pela Tropical Forest Alliance (TFA), The Nature Conservancy (TNC) e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Existem 16 entidades signatárias, incluindo o credor espanhol Banco Santander e a produtora de agroquímicos com sede na Suíça Syngenta.

“Vemos um papel importante não só do setor financeiro, que coloca dinheiro na mesa, mas também das empresas que dependem da soja e da pecuária no Brasil e que ajudam [the initiative]disse Danielle Carrera, Diretora de Engajamento do Setor Financeiro da TFA. Ela disse que o principal objetivo da iniciativa é colocar os agricultores na agenda da sustentabilidade e, ao mesmo tempo, permitir-lhes aumentar as suas operações. “Queremos dar voz aos agricultores nesta conversa.”

Dos 11 projetos financiados pela iniciativa, sete estão localizados no Cerrado, a região de savana altamente diversificada do Brasil, e receberam 98% do financiamento alocado até o momento, ou US$ 234,5 milhões. Os recursos são aplicados em projetos que recuperam pastagens degradadas para preservar plantas nativas e aumentar a produtividade em áreas onde as florestas já foram desmatadas.

O Cerrado não é apenas a maior e mais biodiversa savana tropical do planeta, é também onde ocorre 60% da produção agrícola do Brasil. Ao contrário da Amazónia, onde as taxas de desflorestação diminuíram em 2023, estes números continuaram a aumentar no Cerrado, com mais de 1,1 milhões de hectares (2,7 milhões de acres) de vegetação nativa desmatada – uma área do tamanho da Jamaica. Segundo dados do INPEAgência Espacial Nacional Brasileira. A maior área de floresta destruída está em Matopipa, região fronteiriça entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, que se tornou a nova fronteira agrícola do país.

“O Brasil é um país forte e continuará a ganhar influência, e os agricultores querem aumentar os seus rendimentos”, disse Greg Fishbein, diretor de finanças agrícolas da TNC. “Portanto, a questão é como podemos fornecer financiamento e apoio para que aumentem a produção sem cortar árvores.”

“A produção de soja e pecuária no Brasil não vai parar”, acrescentou Carrera. Portanto, precisamos de ajuda com a transição.”

Os projetos financiados pela IFACC na região do Cerrado visam restaurar pastagens e difundir a agricultura em áreas que já foram desmatadas. Imagem cortesia da Responsible Goods Facility.

Os projetos financiados no Cerrado incluem: recuarque já destinou US$ 116,9 milhões a agricultores dos estados de Mato Grosso, Goiás e Maranhão para expandir sua produção de soja para incluir pastagens degradadas em vez de remover plantas nativas. De acordo com o relatório da IFACCO programa já colocou em uso 82.941 hectares (204.952 acres) de pastagens degradadas. A meta é aumentar esse número para 1 milhão de hectares (2,5 milhões de acres) nos próximos anos.

“Muito se tem falado sobre a necessidade de aproveitar melhor as pastagens degradadas, por isso é muito encorajador ver um projeto desta envergadura dedicado inteiramente a esta questão. É um dos modelos de produção importantes que precisamos de escalar”, disse. Fishbein disse.

As pastagens ocupam 29% do Cerrado, cerca de 57 milhões de hectares (141 milhões de acres), ou uma área maior que a França. Um estudo publicado em 2021 mostrou que grande parte dessas terras poderia ser restaurada.

Outro projeto no âmbito da IFACC, Instalação de mercadorias responsáveisJá destinou US$ 47,2 milhões para agricultores da região do Cerrado que estão comprometidos em proteger mais plantas nativas em suas propriedades do que o exigido por lei. O objetivo é garantir a proteção de 11.300 hectares (27.900 acres) de terra, uma área que deverá aumentar dez vezes até 2025. “Este é um grande exemplo de como o valor económico da conservação pode ser alcançado”, disse Carrera.

A IFACC também financia quatro projetos na região amazônica, bem como uma iniciativa que abrange tanto a região amazônica quanto a região do Cerrado. Na floresta tropical, os projetos visam a bioeconomia, especialmente o desenvolvimento de sistemas agroflorestais em colaboração com as comunidades locais.

O objetivo da coligação é arrecadar mil milhões de dólares até 2025 e aumentar o seu trabalho no Chaco, um grande bioma composto por florestas secas que ocupa uma área que se estende pelo norte da Argentina, Paraguai, Bolívia e Brasil.

Imagem do banner: A expansão do agronegócio na região do Cerrado, produzindo commodities como soja, algodão e milho, está colocando em risco as maiores savanas tropicais do mundo. Imagem cortesia da Responsible Goods Facility.

Esta história foi relatada pela equipe brasileira da Mongabay e publicada pela primeira vez aqui Em nosso site Site Brasil Em 22 de março de 2024.

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