A pior seca de IPOs do Brasil em décadas está prestes a terminar

SÃO PAULO: O hiato mais longo nas ofertas públicas iniciais brasileiras em pelo menos duas décadas deverá terminar no início do segundo trimestre, de acordo com banqueiros de investimento.

Após uma seca que durou mais de dois anos, os subscritores do Bank of America Corp. (BofA) ao Morgan Stanley esperam que a atividade se recupere em meio a sinais de que o Fed encerrou seu ciclo de alta e com as taxas de juros caindo internamente.

Empresas de setores como infraestrutura, varejo, tecnologia e imobiliário poderão entrar no mercado, segundo o Bank of America.

Estes acordos farão parte de uma recuperação global há muito esperada nas ofertas públicas iniciais e nas vendas secundárias de ações, que têm estado em crise desde que o aumento das taxas de juro nos Estados Unidos enfraqueceu a atratividade das ações.

Os rendimentos do Tesouro dos EUA estão caindo agora e o Brasil se destaca entre seus pares à medida que o crescimento se mantém, disse Fabio Nazari, chefe de mercado de capitais e sócio do Banco BTG Pactual SA.

“É o melhor ambiente em três anos” para as empresas que se preparam para entrar nos mercados, disse Nazari numa entrevista.

O BTG, que foi o principal subscritor de ofertas de ações brasileiras no ano passado no ranking da Bloomberg, vê espaço para as vendas de ações brasileiras crescerem até 60% em relação aos cerca de 40 bilhões de reais (US$ 8,2 bilhões) registrados no ano passado.

Não houve um IPO no país sul-americano desde que a fabricante de fertilizantes Vittia Fertilizantes E Biologicos SA estreou em setembro de 2021, enquanto o acordo da blockbuster norte-americana Nu Holdings Ltd em dezembro do mesmo ano marcou o último IPO de uma empresa brasileira.

As ofertas de ações brasileiras caíram 34%, para 39,6 bilhões de reais em 2023, coroando um ano difícil para as taxas de bancos de investimento. Além do declínio das obrigações dos EUA e do aumento da volatilidade, os fundos de cobertura e os fundos de ações nacionais continuaram a enfrentar enormes levantamentos num contexto de aumento das taxas de juro, suprimindo o apetite por transações.

Marcelo Lo Rey, chefe de mercados de capitais para a América Latina do Morgan Stanley, disse que à medida que os custos dos empréstimos caírem na maior economia da América Latina, mais investidores serão atraídos para produtos mais arriscados, como as ações.

O 2W Ecobank disse que envolveu bancos em um negócio potencial, enquanto a mineradora de metais para baterias Sigma Lithium disse que poderia listar sua subsidiária brasileira na Nasdaq e na Bolsa de Valores de Cingapura. -Bloomberg

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