A Copa do Mundo Feminina e a ascensão das jornalistas esportivas no Brasil

o Copa do Mundo Feminina de 2023 O torneio começou oficialmente na quinta-feira, com 32 seleções nacionais chegando à Austrália e à Nova Zelândia para competir pelo prêmio máximo do esporte. Ao contrário dos anos anteriores, todos os olhos no Brasil estão voltados para a competição.

Mas e as jornalistas que cobrem os jogos da Copa do Mundo e as jornalistas esportivas em geral? Houve progresso em relação à representação das mulheres no jornalismo esportivo? A Copa do Mundo pode ajudar a acelerar mudanças positivas?

A mídia brasileira está cobrindo a Copa do Mundo deste ano como nunca antes. Da mesma forma, a participação da seleção brasileira na Copa do Mundo deste ano é considerada histórica Confederação Brasileira de Futebol, levando a mudanças perceptíveis. Por exemplo, a equipe treinada no Complexo de Futebol da Granja Kumari – onde tradicionalmente treina a seleção masculina – antes da Copa do Mundo, usará camisas com novo design e agora terá uma equipe dedicada para auxiliá-los na saúde e no desempenho.

“Trabalho duro”

A jornalista explicou que embora tenha havido um crescimento na representação das mulheres no jornalismo desportivo, isso veio acompanhado de lutas Vanessa Rico. “Foi um trabalho árduo, iniciado pelas primeiras emissoras femininas”, disse ela.

Rich percorreu um longo caminho para melhorar esta situação. Em 2002, foi convidada a participar de projetos-piloto para trabalhar na cobertura da Copa do Mundo Masculina. “Fizemos todos os testes em segredo porque a ideia era lançar um locutor em uma partida de futebol. Veja só quanto tempo demorou para chegarmos onde estamos agora”.

Para a Copa do Mundo Masculina de 2018, o REACH criou um programa de treinamento para comentaristas femininas, atraindo cerca de 300 inscritos. “Quando a FOX Sports e a TNT lançaram o programa, todas as outras emissoras se sentiram obrigadas a ter âncoras femininas. Mas só em 2021, quando Renata SilveiraUma das minhas estagiárias durante o programa virou locutora da TV Globo, será que conseguimos realmente estabelecer uma voz feminina nas partidas de futebol?”

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Ritchie relembra as dificuldades que enfrentou durante a cobertura da Copa do Mundo Masculina de 2018. “Recebíamos comentários que menosprezavam nosso trabalho, como: 'Ah, bem, você.' Tipo de Comece o jogo” e “Não estamos acostumados com o som da sua voz”.

Embora tenham sido feitos alguns progressos, ainda existe uma cultura em torno do desporto que é difícil de superar. “As mulheres nunca tiveram um lugar garantido no jornalismo esportivo”, disse Rich.

Progresso no futebol brasileiro

Progressos também estão sendo feitos dentro dos próprios clubes de futebol brasileiros, que agora contam com seleções femininas competindo em campeonatos nacionais.

Hoje, uma mulher chamada Laura Zago É assessora de imprensa da Confederação Brasileira de Futebol, atuando em todos os assuntos relacionados à Copa do Mundo Feminina. Ela acredita que este é o momento certo para as mulheres fortalecerem a sua posição neste campo.

“É claro que ainda não temos os números que gostaríamos, mas há algumas mulheres em posições muito estáveis ​​no mercado”, disse Zago, acrescentando que estas mudanças podem inspirar jovens jornalistas e estudantes de jornalismo.

Ela acrescentou que com mais representatividade as mulheres se sentiriam incentivadas a iniciar carreira no mercado esportivo: “Não há como voltar atrás. É hora de abrir o caminho para que as mulheres venham”.

Planejamento para a Copa do Mundo Feminina no Brasil

Ex-jogador de futebol profissional Raquel Motta, que jogou no Madureira, clube de futebol do Rio de Janeiro, se aposentou do esporte para seguir carreira na mídia. Hoje ela é jornalista e comentarista esportiva.

“Uma das estratégias para o desenvolvimento do futebol feminino é o trabalho do Ministério do Esporte. Ele identifica necessidades básicas, desde preparação, estádios e profissionalismo até jogadoras e comissão técnica”, disse Mota.

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Ela acrescentou que a FIFA está estudando todos os investimentos feitos no futebol feminino. Desenvolvimentos foram feitos no Brasil com o objetivo de torná-lo sede da Copa do Mundo Feminina de 2027.

“Não se trata apenas de onde você joga e por que você joga, mas também do que está sendo feito para tornar o futebol feminino possível”, disse Mota.

Maior representação

As repórteres e radialistas estão a ganhar terreno no jornalismo desportivo e, como resultado, os meios de comunicação social estão a prestar mais atenção ao desporto feminino.

“Há um público para este mercado e os meios de comunicação estão finalmente percebendo isso”, disse Rich. “A TV Globo bateu vários recordes de audiência ao transmitir as finais da Liga Nacional Feminina e da Copa Libertadores.”

Ela destacou ainda que o futebol feminino vem ocupando novos espaços na mídia. Um exemplo disso é Beijo TVum dos canais mais populares do YouTube no Brasil atualmente, fará a cobertura da Copa do Mundo.

Luísa S.A., jornalista do UOL que cobre pessoalmente a Copa do Mundo deste ano, cobriu o treino da seleção brasileira na Granja Kumari. Ela notou uma grande presença de jornalistas mulheres em comparação com os homens, inclusive na coletiva de imprensa em que a lista brasileira foi anunciada.

“Ainda há muito a ser feito para obter ganhos, porque a mídia não se preocupa tanto com o futebol feminino quanto com o futebol masculino. Número de profissionais enviados para [women’s sports event] “A cobertura é muito menor”, ​​disse Sa. “Mas acho que fizemos muitos progressos e esperamos que mais mulheres trabalhem em [sports] Cobertura da mídia. Na conferência de imprensa onde a lista foi anunciada, a maioria das perguntas foram feitas por mulheres.”

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Não volte atrás

“As mulheres que contam as histórias de outras mulheres são fundamentais porque vêem as coisas de forma diferente”, diz Sa. “Agora temos a oportunidade de contar a nossa história. Ainda há um longo caminho a percorrer, mas vejo um grande progresso. Não há como voltar atrás. Conseguimos o nosso lugar e nunca mais iremos embora.”

Rich acrescentou que as mulheres não querem transformar o jornalismo esportivo em uma bolha só para elas.

“Queremos ser respeitados e ter mais mulheres nisso, está tudo ligado ao que está acontecendo com a seleção brasileira e à nomeação do técnico. Pia Sundhagepara não classificar os jogadores como 'Pobres meninas'“Os investidores também estão aparecendo”, disse ela. Quando olhamos para trás, podemos ver o crescimento. Mas agora temos que perguntar: Quanto tempo até termos uma mulher como diretora de radiodifusão esportiva?


Foto cortesia de Vanessa Ricci, Luisa Sa, Rachel Mota, Laura Zago e Celso Bobo.

Este artigo foi publicado originalmente na IJNet Portugal e traduzido por Priscilla Brito.

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