SÃO PAULO (Reuters) – Os frigoríficos brasileiros JBSSA e BRFSA reconheceram na quinta-feira que estão lutando para repassar os maiores custos da ração aos consumidores em seu mercado doméstico, embora a JBS tenha soado um tom mais otimista devido à sua significativa exposição nos Estados Unidos.
Ambas as empresas relataram na quarta-feira que mudaram para os lucros do primeiro trimestre após perdas do ano anterior.
A JBS, que obtém a maior receita de vendas na América do Norte, registrou um lucro trimestral de 2,045 bilhões de riais ($ 386 milhões), enquanto a BRF, que vende a maior parte de seus volumes no Brasil, reportou ganhos magros de 22 milhões de riais ($ 4,15 milhões). .
“Foi um trimestre diferente do que sonhávamos em 2020”, disse o CEO da BRF, L’Orival Luz, em teleconferência com repórteres nesta quinta-feira.
Ele disse à Reuters que a BRF, maior exportadora mundial de aves, está considerando o abate antecipado de frangos e uma suspensão temporária das fábricas de suínos e aves em resposta aos preços recordes do milho.
Os analistas do Credit Suisse Victor Saraggio e Felipe Vieira expressaram preocupação com o que chamaram de “dinâmica relacionada” na BRF.
“O cenário que esperamos se materializar nos próximos trimestres é aquele que nos preocupa: pressão quase infinita sobre os preços dos grãos”, disseram em nota de pesquisa, acrescentando que a BRF e alguns concorrentes “podem estar em apuros o tempo todo. 2021 . “
As ações da JBS caíram 2,1% nas negociações do final da tarde em São Paulo, enquanto as ações da BRF caíram 2,8%.
Em teleconferência com analistas, executivos da JBS disseram que conseguiram repassar os custos mais elevados dos grãos aos consumidores porque a demanda por alimentos é forte em mercados como Estados Unidos e Canadá.
No entanto, no Brasil, os preços mais altos das rações prejudicaram as margens da divisão Seara de Alimentos Processados da JBS, um concorrente direto da BRF, devido à desaceleração da economia e às lentas vacinas COVID-19.
“A alta dos preços dos grãos é uma coisa global”, disse Wesley Batista Filho, gerente geral da JBS. “Diante desse cenário, teremos que atuar de forma mais eficiente”.
A JBS disse que está “bem posicionada” para lidar com a escassez de milho no Brasil, mas não deu detalhes.
Na Ásia como um todo, as duas empresas devem se beneficiar à medida que as vendas de alimentos se recuperam da epidemia e mais pessoas são vacinadas.
As duas empresas disseram que a demanda por todas as proteínas na China, um importante mercado para ambas as empresas, deve permanecer forte, já que o país continua tentando restaurar os rebanhos suínos após a doença fatal dos suínos.
$ 1 = 5,30 Rials omanis preparados por Anna Mano e Nyara Figueiredo; Co-reportagem de Paula Lair. Editado por Brad Haynes, Christian Plump e Margarita Choi