Uma mineradora é acusada de forçar grupos indígenas a explorar potássio na Amazônia

“Sem essas alianças entre políticos e capital financeiro, um projeto como esse não avança”, diz a advogada Fernanda Pragato, coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos da Universidade do Vall do Rio dos Sinos, no Rio Grande do Sul.

Não há nenhum caso histórico de exploração de potássio em uma área tão sensível como a Amazônia. Tudo indica que a população indígena está sendo enganada e engajada em uma espécie de colonização interna envolvendo diferentes esferas de poder.”

O negócio de Stan Bharti, dono da F&M, se destaca pela prática de identificar projetos de mineração em todo o mundo, viabilizando operações locais e lucrando com a venda de ativos no mercado financeiro. É o que se vive no Autazes e em outros projetos no Brasil, como o Belo Sun, que visa garimpar ouro na Volta Grande do Xingu, no Pará.

Mesmo sem garantias de obtenção de licenças ambientais, ou de que a consultoria local será favorável ao seu negócio, em 2020, a Potássio do Brasil assinou contrato com a construtora chinesa CITIC por aproximadamente US$ 2 bilhões, para a construção do complexo de Autazes, como Relatório InfoAmazônia Foi revelado em maio de 2021.

Os perigos da salinização na Amazônia

Em 2018, Fernanda Pragato coordenou um estudar Com Cardoso College of Law em Nova York, para comparar abusos ambientais e de direitos humanos em minas de potássio ao redor do mundo.

“Na Rússia, em 2014, tivemos casos de deslizamento de terra, com abertura de poços enormes. Aqui no Brasil, tivemos recentemente um caso solo afundando Em Maceió, Alagoas, na exploração de sal-gema [a mineral that contains potassium chloride]Você lembra.

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O estudo lista uma série de outros acidentes, como explosão de túnel interno e explosão de gás, como os Aconteceu em 2015 No Parque Nacional Conkouati-Douli, no Congo.

Susie Hoff, geóloga e membro do conselho da Confederação Brasileira de Geólogos, concorda que a instalação de uma mina de potássio traz alto risco de acidentes. Também alerta que os resíduos da mineração de potássio, que ficam a céu aberto em uma área com chuvas fortes, podem aumentar a salinização da água..

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