Tender Film apresenta a classe trabalhadora brasileira – The Hollywood Reporter

Se você me dissesse que o diretor Gabriel Martins pensava exclusivamente em fotografia, eu não ficaria surpreso.

Marte é um, suas observações graciosamente compostas de uma família brasileira da classe trabalhadora, salpicadas de tiros de prisão. Tomemos o exemplo de Tércia, a mãe interpretada por Rejane Faria, limpando uma janela: seu tufo de cabelos loiros descoloridos permanece firme enquanto sua mão direita desliza pelo vidro, os músculos das costas flexionados em resposta à tarefa assustadora. Ou a cena da filha Eunice (Camila Damião) consumando o romance com a amiga no chão de um apartamento vazio na cobertura. Sua pele escura brilha contra o piso de ladrilhos brancos enquanto os cachos azul bebê de seu amante deslizam por sua pele. essas cenas Ocasiões Flashes carregados da preocupação do amoroso diretor com sua história. E quem não ficaria obcecado com um conto humano tão bem pesquisado?

Marte Um (Marte Um)

resultado final

Foto de família distinta.

data de lançamento: Quinta-feira, 5 de janeiro (Netflix)
Lançar: Cícero Lucas, Carlos Francisco, Camila Damião, Regan Faria, Russo Abril
Diretor e roteirista: Gabriel Martins

1 hora 55 minutos

Marte é um, que estreou no Sundance em 2022 e agora graças ao ARRAY está sendo transmitido na Netflix, começou com a eleição de Jair Bolsonaro. O evento político atingiu um tom sombrio para muitos brasileiros, já que a ascensão do líder alimentou temores de autoritarismo. Nas cenas iniciais, fãs torcem de longe quando Deivid (Cícero Lucas), o filho caçula de Tércia perde um dente e olha para o céu estrelado. Marte é um É caracterizada pelas justaposições que compõem a vida cotidiana: grandes momentos políticos e pequenos ganhos pessoais; triunfos ruidosos e fracassos silenciosos; Dias históricos e devastadores. O filme explora as possibilidades inerentes a essas contradições; É um belo exercício de esperança e otimismo.

“O que”, Martinez pergunta em suas notas de diário aos críticos, “poderia ser uma família negra no Brasil hoje?” A presidência de Bolsonaro – definida pela exclusão, racismo e homofobia – ameaçou o progresso. (ele contratado Negação de racismo ao órgão governamental encarregado de preservar a cultura negra brasileira e olho um pastor evangélico antiaborto como ministro dos assuntos da mulher, família e direitos humanos, por exemplo.) Martins aborda essa questão contundente com precisão e sensibilidade, estabelecendo uma narrativa que respeita a inteligência dos personagens e espectadores. Seu foco é expressar os desejos e sonhos que compõem nossa pequena existência.

família em Marte é um Tércia, o marido Wellington (Carlos Francisco) e os filhos estão no centro desta experiência. Todos eles têm problemas não resolvidos de interrupções do ciclo eleitoral. Tércia vive o estresse de ser pega em uma pegadinha perturbadora de um reality show, uma pegadinha que a deixa se sentindo amaldiçoada e desconfiada do mundo. Eunice, ansiando por independência, tem que aceitar como um novo relacionamento vai acabar e quer sair com sua família. Wellington, um alcoólatra em recuperação que trabalha como limpador de piscina em um apartamento chique, espera que David se torne um jogador de futebol. Por outro lado, Deivid gosta do projeto de colonização de Marte e sonha em ir para o espaço.

Retratos de membros da família são desenhados de forma característica, e Martins tece maravilhosamente o que acontece com os indivíduos na tapeçaria de suas provações coletivas. Conversas durante o jantar ou um jogo de cartas nos dão a oportunidade de observar a personalidade indisciplinada de Wellington – como um homem obediente no trabalho se transforma em um patriarca arrogante. A obsessão de Deivid por criar um campeonato nacional de futebol o distrai de perceber o silêncio de Tércia à mesa – uma calma inusitada trazida por sua crescente inquietação e paranóia.

Essas cenas também nos ajudam a entender a dinâmica familiar e a delicada lealdade que se forma entre Deivid e Eunice, que passam horas se confessando em vez de dormir. Grandes atuações são a chave para o sucesso do filme de Martins. Há uma facilidade na dinâmica da tela, o que facilita o investimento no calor do coração dessa família fictícia.

Marte é um Não tira conclusões dramáticas sobre o presente e o futuro político do Brasil, mas a política ainda desempenha um papel importante na vida dos protagonistas. As primeiras cenas capturam Eunice dando palestras sobre condições físicas, abordando o estado violento nos Estados Unidos. Não os respeite. Suas conversas destacam a crescente distância entre os ricos e a classe trabalhadora. Em outra cena, Wellington e Teresia se debruçam sobre as contas na mesa da sala de jantar para planejar como economizar dinheiro. É um momento raramente visto na tela, ressaltando outra força da direção de Martins: a capacidade de tratar questões econômicas urgentes como parte integrante da narrativa, e não como aspectos estranhos.

Os filmes de Martinez modelam como contar as histórias da classe trabalhadora (da qual nós, nos Estados Unidos, precisamos desesperadamente). Para o público americano, oferece uma alternativa à abundância de filmes com consciência de classe que parecem exclusivamente interessados ​​em caluniar os ricos. Marte é um Ela gosta da vida de seus personagens e segue um caminho interessante e pitoresco para entender seus sonhos e realidades.

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